Salários da administração da CGD ajudam a "minar a confiança", diz Marques Mendes

António Domingues, novo presidente do Conselho de Administração da CGD, vai ganhar 423 mil euros anuais e Marques Mendes defende que deveria ter "um vencimento mais baixo".

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Luís Marques Mendes considera que salários como estes são estes salários são "mais uma pancada na credibilidade e confiança das pessoas e das instituições". Daniel rocha

O conselheiro de Estado Luís Marques Mendes defendeu nesta quinta-feira que não houve equilíbrio na fixação dos salários do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), considerando que "é mais uma pancada na confiança das pessoas".

"Aqui não houve equilíbrio. Acho que um gestor público não deve ganhar uma miséria, porque o barato sai caro, mas na altura que se vive, num sector público, passar para este valor ajuda a minar a confiança", declarou Marques Mendes, na conferência Portugal em Exame, a decorrer em Lisboa.

O novo presidente do Conselho de Administração da CGD, António Domingues, vai ganhar 423 mil euros anuais e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano.

Marques Mendes defendeu que o modelo adoptado deveria ser "um vencimento mais baixo" combinado com "prémios ligados ao desempenho" da instituição financeira pública.

Para o antigo líder social-democrata, estes salários são "mais uma pancada na credibilidade e confiança das pessoas e das instituições".

O ministro das Finanças, Mário Centeno, explicou no Parlamento que "a política remuneratória dos administradores da Caixa corresponde à mediana no sector em Portugal", uma métrica que, segundo disse, não influencia o mercado "nem no sentido de o inflacionar nem no de [estes salários] estarem fora do mercado".

Mário Centeno garantiu ainda que "a aplicação da regra anterior na determinação da remuneração destes mesmos membros [significa que] o custo total de remunerações seria superior", comparando com o que é agora seguido.

A comissão executiva da CGD, cujos membros tomaram posse no dia 31 de Agosto para o mandato de 2016 a 2019, é liderada por António Domingues, que ficou responsável, entre outras áreas, pela direcção de auditoria interna.

O Conselho de Administração da Caixa conta ainda com um vice-presidente não executivo (Emídio Rui Vilar), com seis administradores executivos (Emídio Pinheiro, Henrique Menezes, João Paulo Martins, Paulo da Silva, Pedro Leitão e Tiago Marques) e com três administradores não executivos (Angel Corcóstegui Guraya, Herbert Walter e Pedro Norton de Matos).

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