Governo nomeia administradores da TAP "no máximo" até Julho

No âmbito do processo de privatização, o conselho de administração da TAP terá seis elementos indicados pelo Estado

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Nuno Ferreira Santos

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse hoje à Lusa que espera "no máximo" até Julho ter nomeado a equipa de gestão da TAP, estimando que os representantes indicados pelo Estado estejam "muito em breve a trabalhar".

"Demos os passos essenciais para chegar a essa fase [na TAP], neste momento tenho a expectativa que no mês de Junho ou no mês de Julho, no máximo, tenhamos a equipa nomeada e tenhamos toda a operação consolidada, nomeadamente a posição maioritária do Estado como maior accionista na empresa e esta recuperação da posição estratégica do Estado na TAP", afirmou o governante à margem da cerimónia da inauguração do escritório da japonesa Marubeni em Lisboa.

"A nossa equipa estará muito em breve a trabalhar", acrescentou.

O conselho de administração da TAP terá seis elementos indicados pelo Estado, detentor de 50% do capital, e seis elementos escolhidos pelo consórcio Atlantic Gateway, dos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman, com uma participação de 45%, sendo que o presidente nomeado pelo Estado terá voto de qualidade.

Para o processo de privatização da TAP estar concluído, após a reconfiguração levada a cabo pelo Governo, que aumentou a participação do Estado face ao modelo fechado na anterior legislatura (PSD/CDS-PP), fica a faltar a luz verde do regulador da aviação, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

Novo aeroporto

No que diz respeito às limitações do Aeroporto Humberto Delgado, Pedro Marques disse que "é exactamente para resolver as limitações futuras" que o Governo está a trabalhar para ter uma nova capacidade aeroportuária, com o aeroporto complementar no Montijo.

"Não podíamos esperar mais, o país já esperou anos demais para tomar esta decisão, avançámos muito no processo e antecipámos cinco anos a decisão final com o memorando celebrado no início deste ano com a ANA, a concessionária dos aeroportos. Este ano, felizmente, a capacidade aeroportuária existe, estamos a crescer muito e vamos continuar a crescer muito ao longo do ano e para que nos próximos anos não haja limitações significativas haverá medidas intercalares", adiantou.

O governante disse contar resolver o problema de "modo permanente" com a "existência de um novo aeroporto, de uma nova capacidade aeroportuária complementar na região de Lisboa".

Já sobre a questão da falha de abastecimento de aviões no aeroporto de Lisboa, o governante considerou que se tratou de uma "situação pontual" que "não devia ter acontecido". Agora, a ocorrência "está a ser investigada pelo regulador, é assim que deve ser e devemos esperar pelas conclusões para que as consequências que daí decorram" sejam "aplicadas".

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