Exportações cresceram menos de 1% em 2016, apesar do impulso da UE

Vendas de mercadorias ao exterior atingiram valor recorde de 50.290 milhões. Importações cresceram acima das exportações.

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As vendas de bens ao exterior subiram 11,8% em Dezembro ADRIANO MIRANDA

Apesar da aceleração na recta final de 2016, as vendas de bens portugueses para os mercados externos tiveram no ano passado um crescimento inferior a 1%, naquela que foi a variação mais baixa desde 2009.

Com uma quebra significativa para os mercados extracomunitários, foi o aumento para os países da União Europeia (UE) que sustentou as exportações no ano passado, mostram os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Embora tenham crescido apenas 0,9%, as exportações atingiram no ano passado um novo recorde, ao totalizarem 50.290 milhões de euros. Já as importações, de 61.055 milhões, cresceram a um ritmo ligeiramente superior, de 1,2%, levando a que o défice da balança comercial se agravasse em 281 milhões face ao ano anterior, para 10.766 milhões de euros.

Os dados do INE dizem respeito apenas às vendas de bens, não contabilizando as exportações de serviços, que são divulgadas pelo Banco de Portugal, e que até Novembro estavam a crescer 3,6%, impulsionadas pelo turismo.

Para os países da UE, que concentram 75% do total, as exportações de bens cresceram 4,3%, ao contrário do que aconteceu com o conjunto dos países extracomunitários, onde houve uma queda de 8,2%, penalizado por mercados como Angola (uma quebra de 28%) ou os Estados Unidos (uma recuo de 4%).

PÚBLICO -
Aumentar

Entre os principais mercados, Espanha e França e Alemanha continuaram no topo. Os dois primeiros com crescimentos de 6% e 5%, respectivamente; já no caso das vendas para a maior economia da zona euro houve um recuo de 1%. Para o Reino Unido, o quarto mercado, as exportações aumentaram 5%. Se para a Itália subiram 9% e para a Bélgica 8%, a trajectória das vendas para a Holanda foi negativa, com uma diminuição de 6%.

Durante alguns meses, o comportamento das exportações foi afectado por factores pontuais, como as paragens de produção na Galp e a Autoeuropa, efeitos que foram sendo diluídos.

Se na primeira metade do ano de 2016 as exportações tiveram em queda em termos homólogos em praticamente todos os meses, na segunda parte do ano houve uma recuperação e no quarto trimestre as vendas já cresceram 4,9%.

O desempenho nos dois últimos meses de 2016 foi positivo, com as vendas a crescerem 7,8% em Novembro face ao período homólogo e 11,8% em Dezembro, o que se deveu sobretudo ao aumento das vendas para os países europeus. Os maiores aumentos aconteceram nos combustíveis, cujas vendas ao estrangeiro dispararam 55,9%, nos fornecimentos industriais (8,3%) e no material de transporte e acessórios (19,7%).Excluindo os combustíveis e lubrificantes, o crescimento das exportações foi de 2,4%.

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