Estivadores prolongam greve no Porto de Lisboa até ao final de Janeiro

Os operadores do Porto de Lisboa e Sindicato dos Estivadores aceitaram na segunda-feira reatar as conversações com vista a um acordo laboral.

Foto
A greve estende-se aos portos de Setúbal e da Figueira da Foz. Daniel Rocha

O Sindicato dos Estivadores emitiu um novo pré-aviso de greve no Porto de Lisboa até 31 de Janeiro, prolongando assim o protesto que só é accionado se as entidades empregadoras contratarem “trabalhadores estranhos à profissão".

Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Estivadores, António Mariano, esclareceu que este pré-aviso de greve foi emitido antes da reunião de segunda-feira no Ministério do Mar, reafirmando a intenção de partir para as negociações com os operadores do Porto de Lisboa “sem condições”.

“Estamos a conversar para fixar a data da primeira reunião com os operadores”, acrescentou o dirigente sindical.

Com data de 21 de Dezembro, este pré-aviso de greve - de 7 de Janeiro a 31 de Janeiro – é divulgado um dia depois de o sindicato e os operadores se terem disponibilizado para voltar a negociar um novo contrato colectivo de trabalho, tendo definido o prazo de um mês para as primeiras conclusões.

As negociações com vista a celebrar um novo contrato colectivo de trabalho para o Porto de Lisboa foram interrompidas em meados de Março, após 36 reuniões ao longo de um ano.

Desde o início da greve a 14 de Novembro, dia em que caducou o contrato colectivo de trabalho em vigor, os estivadores trabalharam todos os dias, porque o protesto só avança quando e se os empregadores contratarem “trabalhadores estranhos à profissão”, que não integrassem o contingente efectivo e eventual a 15 de Setembro.

Se isso acontecer, “a greve aplicar-se-á em todas as operações realizadas em qualquer terminal”, explicou o presidente do Sindicatos Estivadores, António Mariano, à Lusa.

A greve estende-se aos portos de Setúbal e da Figueira da Foz para abranger cargas ou navios que possam vir a ser desviados do Porto de Lisboa, devido ao contexto de greve.

Sem contrato colectivo de trabalho, o Sindicato dos Estivadores alega que os operadores se sentirão à vontade para “substituir os estivadores profissionais por trabalhadores precários de 500 euros”.

Em declarações recentes à Lusa, o presidente do Sindicato dos Estivadores disse que estavam a decorrer acções de formação para habilitar “mão-de-obra desnecessária ao sector”, com o intuito de “aniquilar os atuais profissionais da classe” e “aumentar os lucros dos grandes grupos económicos”, referindo-se ao negócio de venda da Tertir, do grupo Mota-Engil, ao grupo turco Yildirim.

Os operadores do Porto de Lisboa e Sindicato dos Estivadores aceitaram na segunda-feira reatar as conversações com vista a um acordo laboral, que ponha um ponto final na instabilidade laboral, que já levou à suspensão de escala de grandes armadores.

No final da reunião com os operadores do Porto de Lisboa e com o Sindicato dos Estivadores, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, disse que as duas partes mostraram disponibilidade para se sentar à mesa de negociações, tendo sido definido o prazo de um mês para chegar a consensos.

Sugerir correcção
Ler 7 comentários