Estado atribui 98 milhões a 24 sociedades de capital de risco

EDP Ventures, Oxy Capital, Capital Criativo e Growth Partners Capital vão receber dez milhões de euros cada uma.

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O financiamento disponível para as PME rondará os 200 milhões de euros João Silva

Foi atribuída a linha de financiamento de 98,3 milhões de euros de fundos europeus para sociedades de capital de risco investirem em pequenas e médias empresas (PME). Das 25 candidaturas analisadas pela Instituição Financeira de Desenvolvimento, quatro foram escolhidas pelo júri do concurso para receber dez milhões de euros, o montante máximo atribuído. Das restantes, 20 terão acesso a financiamentos de valor muito discrepantes (entre os 250 mil e os 9,8 milhões) e apenas uma – a chinesa Haitong Capital, do banco Haitong, o antigo BES Investimento – não foi seleccionada para receber qualquer verba, apesar de ter sido considerada “elegível”.

As quatro sociedades de capital de risco que vão receber o valor máximo são a EDP Ventures, a Oxy Capital (que é gestora do fundo Revitalizar para a zona centro do país, um instrumento que totaliza 80 milhões de euros, dos quais metade é dinheiro público), a Capital Criativo (que gere os 60 milhões de euros do Revitalizar para a zona sul) e a Growth Partners Capital.

Já a empresa com melhor pontuação no concurso – o júri avalia questões como a equipa de gestão e a capacidade de angariar capital privado – foi a luxemburguesa Vesalius Biocapital, que investe na área da saúde. Receberá 7,5 milhões de euros (a totalidade do montante que solicitou). Entre as candidaturas está também a da Portugal Ventures, a capital de risco criada pelo anterior Governo, que receberá 5,4 milhões, segundo o relatório preliminar do júri, a que o PÚBLICO teve acesso.

Esta linha de financiamento é acompanhada por uma outra, mais pequena, dirigida a business angels, que investem em fases iniciais de startups e cuja actividade deu sinais de ter diminuído ao longo do ano passado, num reflexo da falta de instrumentos públicos. Dos 26 milhões disponíveis para estes investidores, cerca de 18 milhões já foram distribuídos a um total de 40 sociedades. Nestes casos, o montante máximo de financiamento atribuído é de 750 mil euros.

As sociedades escolhidas para receberem financiamento de cada uma das linhas terão de aplicar dinheiro privado a par dos fundos públicos. Com os 98,3 milhões de financiamento a capitais de risco, o Governo afirma que chegará agora à economia o dobro deste montante. “A estas verbas acresce o necessário co-investimento privado dos candidatos, o que permitirá colocar à disposição das PME portuguesas, nas próximas semanas, cerca de 200 milhões de euros”, refere um comunicado emitido nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia. “As candidaturas recebidas pela IFD foram consideradas de mérito muito elevado, tendo vários fundos concorrentes investimento privado estrangeiro no capital. Registou-se ainda, uma procura relevante por parte de fundos especializados em determinados sectores, assim como alguns operadores de Capital de Risco associados a empresa”, observa ainda o ministério.

Já o relatório do júri  frisa ter havido “um grande número” de candidaturas com um “financiamento substancialmente abaixo do pretendido” o que “poderá justificar consideração por parte dos financiadores dos programas”.

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