Empresas melhoraram indicadores económicos em 2015

Agricultura, hotelaria e restauração foram os sectores de actividade mais dinâmicos.

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Na hotelaria e restauração, o volume de negócios das empresas cresceu 8,9% Enric Vives-Rubio

A situação económica das empresas melhorou em 2015, com uma evolução positiva no volume de negócios, número de trabalhadores, autonomia financeira e produtividade. A tendência foi transversal a quase todos os sectores de actividade, com destaque para o alojamento, a restauração e a agricultura e pescas, onde a tendência de crescimento foi mais expressiva, de acordo com uma análise divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados dizem respeito ao sector empresarial não financeiro, onde o Valor Acrescentado Bruto (VAB) aumentou 4,8% em relação a 2014. Tanto na agricultura como na hotelaria e restauração a subida foi superior a 13%. O VAB permite medir o valor da produção das empresas, retirando o custo das matérias-primas e de outros consumos associados ao processo produtivo.

Com o crescimento do turismo, quem mais influenciou a dinâmica deste último sector foram os restaurantes e os estabelecimentos hoteleiros com restaurante. Ainda que o número de empresas tenha diminuído ligeiramente (recuando 0,6%), o volume de negócios cresceu 8,9% e o excedente de exploração aumentou 27%.

Olhando para todo o tecido empresarial (não financeiro), “observou-se também uma evolução positiva dos rácios de autonomia financeira e de endividamento e o aumento de 1,2 pontos percentuais da taxa de investimento (18,91% em 2015) indicando a melhoria da situação financeira das sociedades”.

A produtividade aparente do trabalho totalizou cerca 22.630 milhões de euros, mais 2% do que em 2014. Este indicador, lembra o INE, é aferido pelo quociente entre o VAB e o pessoal ao serviço das empresas. Os sectores da indústria e energia, transportes, armazenagem, informação e comunicação têm “produtividades acima da média nacional”, embora deste grupo apenas no sector da indústria e energia tenha havido um ganho de produtividade face a 2014 (com um aumento de 2%).

Há, nos números do ano passado, um dado que representa uma inversão de tendência face ao que acontecia desde 2008. O ano passado foi o primeiro desde então em que o ritmo de crescimento do VAB das “empresas não exportadoras (5,4%) foi superior ao registado nas empresas exportadoras (3,7%)”, o que se deve ao peso das Pequenas e Médias Empresas (PME). Explica o INE: “As PME exportadoras, com um contributo de 51,5% para o VAB total das exportadoras, registaram um aumento neste indicador de apenas 2,5%, enquanto nas PME não exportadoras esse acréscimo foi de 6,8%. Esta diferente evolução nominal pode reflectir em larga medida diferentes comportamentos de preços”.

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