Bruxelas aprova entrada da Carlyle na portuguesa Logoplaste

Entrada no capital da empresa portuguesa deverá ser formalizado até Setembro.

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Filipe de Botton, CEO da Logoplaste, quer reforçar empresa nos Estados Unidos Rui Farinha/NFactos

A Comissão Europeu deu luz verde à entrada do fundo de investimento Carlyle na portuguesa Logoplaste, que produz embalagens para a indústria de grande consumo. O negócio foi anunciado em finais de Junho e, nesta sexta-feira, foi conhecida a decisão de Bruxelas, que não se opôs à operação.

O fundo Carlyle chegou a acordo com a Logoplaste para entrar no capital da empresa familiar. Em causa está um aumento de capital para preparar a Logoplaste “para investir, sobretudo, nos Estados Unidos”, adiantou o presidente executivo da Logoplaste, Filipe de Botton, à Reuters, quando o negócio foi conhecido. A propriedade da empresa será partilhada 50/50 pelas duas entidades, numa altura em que a Logoplaste tem previsto investir 300 milhões de euros nos próximos anos.

“A Comissão concluiu que a transacção proposta não levanta preocupações de concorrência, particularmente porque as empresas no portefólio da Carlyle não produzem o mesmo tipo de embalagens de plástico rígido que a Logoplaste”, lê-se no comunicado divulgado nesta sexta-feira.

A expectativa das duas empresas era ter a operação concluída até Setembro, depois das autorizações dos reguladores. Os montantes do investimento não foram revelados, mas as agências financeiras referiram que o grupo Carlyle, de private equity (investe em capital de vários tipos de empresas) avaliou a Logoplaste em 660 milhões de euros.

O reforço do investimento nos Estados Unidos será agora impulsionado com a entrada do grupo Carlyle. A empresa portuguesa estreou-se naquele mercado em 2000, o mesmo ano em que avançou para o Canadá. Nos EUA tem uma divisão do seu Innovation Lab, criado há 15 anos para estudar o design e a engenharia de embalagens.

Produz nas fábricas dos seus clientes (faz, por exemplo, as embalagens do detergente Fairy ou do champô Pantene) e reportou vendas de 468 milhões de euros em 2015. A empresa, que não divulga os resultados líquidos, tem 2000 trabalhadores, em 16 países.

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