Passos criou em dois anos mais emprego do que Sócrates em seis?

Foi o primeiro-ministro quem o disse no último jantar-comício da coligação. Terá razão?

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Passos Coelho usa os números de acordo com o que lhe é mais favorável PEDRO LIMA/NFACTOS (arquivo)

A frase

O contexto
O debate em torno do mercado de trabalho tem sido um dos pontos quentes da pré-campanha e promete continuar a sê-lo até às eleições. Nas suas declarações, o Governo tem destacado sobretudo as melhorias registadas nos últimos dois anos, tentando fazer esquecer o que se passou entre 2011 e 2013, altura em que o desemprego atingiu os números mais elevados de sempre e a população empregada caiu para níveis inferiores aos 4,5 milhões de pessoas. Já a oposição tem olhado para os últimos quatro anos e preferido alargar o conceito de desempregado a outras situações que não são consideradas nas estatísticas oficiais.

Os factos
Olhando para a evolução mensal do emprego, apurada pelo Instituto Nacional de Estatística, conclui-se que entre Junho de 2013 e Junho de 2015 (o último mês para o qual existem dados definitivos) a população empregada aumentou em 153,9 mil pessoas, ou seja, nos últimos dois anos houve um aumento do emprego.

Contudo, a legislatura de Pedro Passos Coelho começou dois anos antes e o saldo dos quatro anos do Governo PSD-CDS/PP é negativo. Em Junho de 2015 havia menos 203,4 mil pessoas empregadas do que em Junho de 2011.

Enquanto José Sócrates esteve no poder e numa fase inicial até houve criação de emprego, mas no final dos seis anos de governação o saldo era negativo: em Junho de 2011 havia menos 168,6 mil postos de trabalho do que em Junho de 2005.

Em resumo
Passos Coelho usa os números de acordo com o que lhe é mais favorável. É verdade que nos últimos dois anos a população empregada aumentou e foram criados 153,9 mil empregos, enquanto no final dos seis anos de governo socialista o saldo era negativo e havia menos 168,6 mil pessoas empregadas.

Mas se compararmos o saldo no final da legislatura de Sócrates com o final da legislatura de Passos Coelho, o actual Governo sai a perder. Sócrates deixou o poder com um saldo negativo de 168,6 mil empregos e Passos com menos 203,4 mil pessoas empregadas.
 

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