Um programa para pensar os grandes desafios dos nossos dias

Fronteiras XXI é o novo programa mensal da RTP3 e promete questionar problemáticas contemporâneas como o populismo e as migrações. Estreia-se a 1 de Fevereiro às 22h.

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Jim Young/REUTERS

Mais do que encontrar respostas, o que aqui se pretende é levantar interrogações. É com este propósito que surge o programa Fronteiras XXI, uma parceria entre a RTP e a Fundação Francisco Manuel dos Santos que vai discutir as questões que marcam a actualidade nacional e internacional. O primeiro de dez debates, com a duração de 1h30, acontecerá no dia 1 de Fevereiro em directo a partir do Teatro Thalia, em Lisboa. Serão convidados o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e os professores universitários Mónica Brito Vieira e João Pereira Coutinho, que estarão presentes para debater o populismo. “Queremos trazer conhecimento sobre os temas que fazem parte do nosso quotidiano”, afirmou esta terça-feira Paulo Dentinho, director de informação da RTP, na apresentação do programa.

O novo formato do canal público teve por base Que Mundo É Este?, o debate de Fevereiro do ano passado que juntou António Guterres e Durão Barroso precisamente para uma conversa sobre as grandes problemáticas contemporâneas, como as tensões no Médio Oriente, o terrorismo e os refugiados. Agora, a RTP instala-se de novo no Teatro Thalia para debater assuntos como as migrações, a evolução tecnológica – nomeadamente o desemprego que pode advir da inteligência artificial e da robótica – e a nossa relação com o clima.

O programa será apresentado por Carlos Daniel, jornalista da RTP, que servirá também de moderador aos debates que deverão decorrer na primeira quarta-feira de cada mês. “O nosso objectivo é motivar o público a pensar temas que à partida poderiam achar aborrecidos”, disse o jornalista. Para isso, o Fronteiras XXI contará com “grandes figuras da vida pública” e “informantes privilegiados de cada tema” que possam, por um lado, esclarecer a audiência sobre determinada realidade e, por outro, contribuir para uma discussão mais rica.

A nova aposta da RTP será voltada para a interactividade do mundo digital. Cada programa terá uma audiência participativa de cerca de 20 pessoas que será escolhida a partir das observações e dos comentários deixados no site do programa. “Queremos uma plateia mais militante no sentido em que deve ser interessada e participante em vez de figurante”, explicou David Lopes, administrador e director-geral da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

A plataforma deverá ser um “arquivo vivo e digital do que vai acontecendo em todos os debates” e permitirá ao público consultar a biografia dos convidados, notícias relacionadas com o tema abordado, aceder a “dados curtos e directos” sobre os temas e navegar para outras ligações úteis que digam respeito a estas questões. Os espectadores poderão, inclusive, assistir ao programa em directo on-line e seleccionar no formulário de participação o convidado a quem querem fazer a pergunta.

Fronteiras XXI tem realização de Rui Romano e promete desafiar o pensamento dentro e fora da Internet. Tido por muitos como a maior ameaça do presente à democracia, o populismo domina a ordem de trabalhos da primeira mesa de debate. O que distingue o populismo de esquerda e o de direita? Será o nacionalismo o grande propulsor de mudança geopolítica do nosso século? A eleição de Trump terá consequências nas eleições em França, Alemanha e Holanda? Ficamos para ver (e pensar). 

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