Governo quer pôr cientistas em missões diplomáticas no estrangeiro

O objectivo é que os investigadores actuem como conselheiros científicos.

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MARIA JOAO GALA

O Governo pretende colocar investigadores doutorados em missões diplomáticas de Portugal, no estrangeiro, onde actuarão como conselheiros científicos, avançou esta quinta-feira o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor.

O ministro falava à imprensa, após a reunião de Conselho de Ministros, que aprovou orientações para a internacionalização do ensino superior, da ciência e da tecnologia, em articulação com “as demais políticas públicas de internacionalização” e envolvendo as instituições universitárias e científicas.

A concretizar-se a medida, caberá à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), principal entidade, na dependência do Governo, que financia a investigação em Portugal, proceder à colocação de conselheiros científicos nas missões diplomáticas. A FCT abrirá assim os concursos relativos a esta medida.

O primeiro concurso para a colocação de conselheiros científicos nas missões diplomáticas de Portugal no estrangeiro será lançado até ao fim do ano, indicou ainda o ministro à agência Lusa. Este concurso, acrescentou Manuel Heitor, destina-se a um máximo de cinco conselheiros a colocar, em 2017, em embaixadas ou consulados instalados em cidades onde Portugal tem “uma maior cooperação científica”, como Boston (Estados Unidos), Londres (Reino Unido), Paris (França) e Genebra (Suíça).

Depois, a ideia é estender a iniciativa, de forma gradual, a outras cidades. “É um processo muito gradual”, assinalou, acrescentando que o modelo já é praticado por países como a Suíça, a Alemanha e o Reino Unido. “As embaixadas portuguesas não têm dado relevância à actividade científica.”

O Governo definiu, ainda, como metas a internacionalização do ensino universitário e politécnico e da investigação científica e tecnológica em Portugal, com as iniciativas Study in Portugal (Estudar em Portugal) e Research in Portugal (Investigar em Portugal).

Aos jornalistas, Manuel Heitor mencionou o aceleramento do processo, em curso, de obtenção de vistos para estudantes e investigadores estrangeiros em Portugal.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, em colaboração com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, propõe-se desenvolver acções para a promoção científica na Ásia e nos países lusófonos e para a cooperação científica e tecnológica com os países do Sul da Europa e do Norte de África.

A tutela pretende também atrair investimento internacional e fixar investigadores estrangeiros em Portugal.

Sem pormenorizar, Manuel Heitor referiu ainda que a FCT irá lançar, em articulação com as embaixadas, a iniciativa SPYDER Portugal, que visa, segundo o comunicado do Conselho de Ministros, valorizar o “relacionamento com as comunidades académicas e científicas portuguesas residentes no estrangeiro”.

 

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