PS disponível para fazer cedências sobre IRS mas PSD terá de “levar a sério” as suas propostas

Pedro Nuno Santos pede que “haja humildade”.

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Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS Daniel Rocha
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O secretário-geral do PS afirmou hoje que o partido está disposto para fazer cedências no IRS, mas salientou que, se o PSD quer um acordo, terá de "ter humildade" e "levar a sério" as propostas dos socialistas.

Em declarações aos jornalistas à chegada à Adega Regional de Colares, onde vai participar numa reunião do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre a nova proposta feita pelo PSD e CDS sobre IRS, que reforça a descida das taxas nos 3.º e 4.º escalões.

Na resposta, Pedro Nuno Santos disse esperar que o Grupo Parlamentar do PSD "esteja disposto para se aproximar do PS", salientando que foi a proposta dos socialistas que foi aprovada na generalidade no parlamento, e não a do Governo, que "teve de baixar à especialidade sem votação".

"Por isso, é importante que haja humildade de ambas as partes: nós estamos disponíveis para fazer cedências, mas é muito importante que o PSD perceba que está muito longe da maioria absoluta e que tem mesmo de negociar no parlamento", defendeu.

Questionado se espera que as negociações sejam feitas com base na proposta do PS, e não na do PSD, Pedro Nuno Santos respondeu: "O PS também já fez uma nova proposta, está-se a partir do princípio que o PSD fez uma proposta como se já não tivesse havido uma proposta do PS".

O líder do PS salientou que espera que "as partes se aproximem, com a certeza de que a proposta que foi aprovada no parlamento, que teve viabilidade para ser aprovada no parlamento, foi a do PS, não foi a do Governo".

"Por isso, tem de haver aqui humildade: o Governo não tem maioria absoluta, tem o mesmo número de deputados que o PS. Por isso, se quer um acordo com o PS, tem de levar a sério o que o PS propôs e as contrapropostas que o PS vai fazer", frisou.

Na quarta-feira, o PSD apresentou um projecto de substituição da proposta do Governo no IRS, reforçando a descida das taxas nos 3.º e 4.º escalões e aumentando a do 6.º, abrindo ainda caminho à actualização anual dos escalões.

O anúncio da nova proposta do PSD foi feito durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, tendo o líder da bancada parlamentar dos sociais-democratas, Hugo Soares, referido que o objectivo do novo texto é aproximá-lo das propostas do PS, Chega e BE.

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