Academia lança campanha de 500 milhões de dólares para expandir alcance dos Óscares

Academy100 é a campanha multimilionária da academia para preparar a celebração do 100º aniversário da gala.

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A Academia já iniciou os preparativos para o 100º aniversário dos Óscares. LUCAS JACKSON / REUTERS
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A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou esta sexta-feira o lançamento da campanha Academy100 para expandir o seu alcance global, diversificar as receitas e preparar as celebrações da 100.ª edição dos Óscares, que irá acontecer em 2028.

A campanha, no valor de 500 milhões de dólares (perto de 464 milhões de euros), vai financiar vários tipos de iniciativas, incluindo programas de preservação da história do cinema, produção de conteúdos digitais, criação de exposições e exibições de filmes, formação da próxima geração de cineastas e reconhecimento de excelência na arte e inovação cinematográfica.

"O futuro da Academia é global e a Academy100 vai aprofundar o alcance e impacto globais [da instituição]", afirmou o director executivo (CEO) da organização, Bill Kramer, no anúncio da campanha. "A Academia vai entrar em breve no seu segundo século e queremos garantir que continuaremos a ser o líder proeminente da nossa comunidade de cinema internacional", continuou.

Kramer reconheceu a necessidade de ter "uma base de apoio sustentável e diversa" para uma organização que quer garantir a continuidade pelos próximos 100 anos.

A campanha já tem 100 milhões de dólares (perto de 93 milhões de euros) assegurados e o parceiro de maior peso é a Rolex, numa rede de apoio que também inclui a Delta Airlines, a Cinecittà e a PwC.

A histórica "cidade do cinema" de Itália manifestou satisfação com a parceria, sobretudo no apoio "ao Museu da Academia e à sua programação de filmes italianos," como afirmou o director executivo da Cinecittà, Nicola Maccanico, citado no comunicado divulgado esta sexta-feira. A Cinecittà está determinada "a estabelecer-se como um actor industrial líder na indústria cinematográfica global", tal como a Academia, acrescentou Maccanico.

No âmbito da Academy100, a Academia vai organizar eventos para a comunidade e programas educativos com os seus membros e outros cineastas em várias partes do mundo. As cidades mencionadas no lançamento incluem Cannes, Londres, Roma, Veneza, Lagos, Toronto, Melbourne, Cidade do México e outras, além do epicentro em Los Angeles.

"À medida que a Academia e a indústria do cinema se tornam cada vez mais globais, esta expansão internacional vai ajudar a desenvolver novos cineastas e membros da Academia e apoiar a comunidade cinematográfica internacional", realçou a organização.

A partir de 2027, em preparação para a 100.ª edição dos Óscares, o Museu da Academia, em Los Angeles, terá séries especiais de exposições, filmes e publicações ligados à história da Academia e dos seus Prémios.

A Academia tem neste momento perto de 11 mil membros, 30% dos quais a residir fora dos Estados Unidos. Janet Yang, a presidente da Academia, acredita na continuidade do crescimento e que este reflecte o esforço de diversificação dos últimos anos. Apesar de continuar a ser criticada pela falta de diversidade e pelo afunilamento das nomeações (poucas mulheres e poucos não caucasianos), o esforço tem levado a um maior entusiasmo com filmes internacionais, por exemplo.

A mais recente entrega dos Óscares, que decorreu em Março, teve a maior audiência dos últimos quatro anos, atingindo 21 milhões de espectadores. A recuperação inverte uma tendência que vinha marcando não só a cerimónia da Academia como também a transmissão de outras galas da temporada de prémios em Hollywood.

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