G7 compromete-se com fim do carvão na eletricidade até 2035

Os países do G7 assumiram a responsabilidade de eliminar o uso do carvão na produção de energia. G7 defendeu que países mais pobres devem ser ajudados a combater as alterações climáticas.

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Ministros durante a reunião do G7 sobre clima, energia e ambiente em Venaria, Itália ALESSANDRO DI MARCO / EPA
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Os países do G7 comprometeram-se esta semana a eliminar gradualmente o uso do carvão na produção de energia na primeira metade da próxima década, ou num prazo consistente com o limite de 1,5°C de aumento das temperaturas globais.

A promessa faz parte do documento final da reunião dos ministros do Ambiente, da Energia e do Clima dos sete países mais industrializados (G7), que decorreu no palácio Venaria, em Turim, Itália.

O grupo comprometeu-se também a fazer pressão para que se ponha termo à aprovação de novas centrais eléctricas a carvão a nível mundial, o mais rapidamente possível.

Um acordo sobre o carvão representaria um passo significativo na direcção apontada pela cimeira das Nações Unidas sobre o clima COP28, realizada no Dubai no ano passado, no sentido de abandonar os combustíveis fósseis, dos quais o carvão é o mais poluente.

Como o PÚBLICO noticiou no ano passado, foi pela primeira vez aprovado numa cimeira do clima, no ano passado, um acordo que fez referência ao fim dos combustíveis fósseis, que são o principal causador das emissões que originam as alterações climáticas. O acordo apelou a uma "transição para o abandono dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos".

Além disso, os países do G7 assumiram a responsabilidade de apoiar o objectivo de "triplicar a capacidade mundial de energias renováveis e reforçar a segurança energética, aumentando a flexibilidade do sistema através da resposta à procura, do reforço da rede e implantação de redes inteligentes".

Este compromisso inclui contribuir para o objectivo global de armazenamento de energia no sector da electricidade de 1500 gigawatts em 2030, um aumento mais de seis vezes superior à capacidade em 2020, de 230 gigawatts.

O G7 defendeu também que "os países que são capazes de contribuir" devem pagar para ajudar os países mais pobres a enfrentar a crise climática. "Recordamos que o novo objectivo deve ser estabelecido a partir de um limite mínimo de 100 mil milhões de dólares por ano (cerca de 93 mil milhões de euros), tendo em conta as necessidades e as prioridades dos países em desenvolvimento", afirma-se no documento aprovado na terça-feira.

A reunião de dois dias no Palácio de Venaria, em Turim, foi acompanhada de protestos pelo facto de os líderes mundiais terem falhado na crise climática causada pela emissão de gases com efeito de estufa, entre outros motivos pela continuação dos combustíveis fósseis como o petróleo, o gás e o carvão.

Os manifestantes reuniram-se em Turim no domingo à noite, dia 28, e incendiaram fotografias dos líderes do G7 que, segundo eles, não estão a fazer o suficiente para combater as alterações climáticas, gritando slogans como "Eles são 7, nós 99%".

Os países que fazem parte do G7 são a Alemanha, o Canadá, os Estados Unidos, a França, a Itália, o Japão e o Reino Unido.

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