Putin garante que não planeia atacar países da NATO

Num encontro com pilotos da Força Aérea, o Presidente russo disse estar convicto de que o envio de caças F-16 para a Ucrânia não irá ter impacto no campo de batalha.

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Putin encontrou-se com pilotos da Força Aérea russa Reuters/Mikhail Metzel
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O Presidente russo, Vladimir Putin, voltou a aludir a uma hipotética guerra entre a Federação Russa e a NATO, mas garantindo que Moscovo não planeia atacar nenhum membro da Aliança Atlântica. Porém, avisou que as forças russas não vão hesitar em abater caças F-16 que sejam fornecidos à Ucrânia pelos seus aliados.

O espectro de um conflito aberto entre a NATO e a Rússia por causa da Ucrânia voltou ao discurso de Putin, desta vez num encontro com pilotos da Força Aérea russa na quarta-feira à noite.

“Não temos intenções agressivas contra estes Estados”, afirmou Putin, de acordo com uma transcrição divulgada pelo Kremlin e citada pela Reuters. “A ideia de que iremos atacar algum outro país – Polónia, os Estados bálticos e os checos também estão assustados – não faz qualquer sentido. Não passa de uma idiotice”, garantiu o Presidente russo.

As posições de Putin e do seu Governo acerca de uma potencial guerra com a NATO têm variado ao longo do tempo desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022. Ainda em Fevereiro, como resposta à hipótese lançada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, de enviar militares para a Ucrânia, Putin disse que nessa eventualidade haveria justificação para uma guerra nuclear com a Aliança Atlântica.

Putin falou ainda sobre a futura entrada em cena dos caças F-16 enviados por membros da NATO à Ucrânia para apoiar o seu esforço de guerra. “Se eles enviarem F-16, e eles estão a falar disso, e, aparentemente, de treinar pilotos, isso não irá mudar a situação no campo de batalha”, afirmou o Presidente russo.

Putin garantiu ainda que os caças serão destruídos, “tal como hoje são destruídos os tanques, veículos blindados e outros equipamentos”.

Recebido com flores

Entretanto, prosseguem as investigações sobre o atentado na sala de concertos nos arredores de Moscovo que na última sexta-feira causou mais de cem mortos. O balanço oficial é de 140 mortos e 182 feridos, mas há pelo menos 95 desaparecidos, o que pode fazer aumentar o número de vítimas mortais.

Depois daquele que foi o pior atentado terrorista em solo russo desde o ataque na escola de Beslan, em 2004, perpetrado por um grupo armado tchetcheno, Putin continua sem visitar o local ou sequer familiares das vítimas.

Na quarta-feira, o Presidente russo fez uma visita a Torzhok, uma pequena cidade na região de Tver, onde foi recebido por uma multidão com flores antes de se encontrar com os pilotos da Força Aérea.

“A visita tem como objectivo mostrar que a verdadeira nação russa ama Putin”, dizia ao Moscow Times um dirigente governamental sob anonimato.

Apesar de um dos braços territoriais do Daesh ter reivindicado o ataque, e até divulgado vídeos da sua execução, as autoridades russas continuam a apontar o dedo à Ucrânia e aos seus aliados ocidentais, embora sem fornecer qualquer prova nesse sentido.

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