Lucinda Childs e Robert Wilson de novo no Festival de Almada

Dois anos depois da nova versão de I Was Sitting on My Patio, os dois criadores voltam ao festival com Relative Calm , que terá duas apresentações no CCB a 12 e 13 de Julho.

cultura,ccb,lucinda-childs,festival-almada,teatro,culturaipsilon,
Fotogaleria
Relative Calm, nova colaboração dos criadores Robert Wilson e Lucinda Childs Lucie Jansch
cultura,ccb,lucinda-childs,festival-almada,teatro,culturaipsilon,
Fotogaleria
Relative Calm terá duas apresentações no CCB, em Lisboa, a 12 e 13 de Julho Lucie Jansch
cultura,ccb,lucinda-childs,festival-almada,teatro,culturaipsilon,
Fotogaleria
Relative Calm Lucie Jansch
Ouça este artigo
00:00
02:33

Há dois anos, quando o mestre do teatro norte-americano Robert Wilson falou ao Ípsilon sobre a apresentação no Festival de Almada da sua colaboração com Lucinda Childs, I Was Sitting on My Patio This Guy Appeared I Thought I Was Hallucinating, estava prestes a dar nova vida a uma outra criação partilhada com a coreógrafa. A versão revista de Relative Calm havia de estrear pouco depois, em Roma, enquanto I Was Sitting on My Patio se afirmava com um dos grandes momentos das artes de palco em Portugal durante o ano de 2022, numa extraordinária exploração plástica da cena e na recusa de qualquer tentação narrativa.

Eis que, agora, Relative Calm é o grande anúncio da próxima edição que o Festival de Almada guardou para o Dia Mundial de Teatro, com duas datas confirmadas no Centro Cultural de Belém, Lisboa, a 12 e 13 de Julho.

A coreografia de Lucinda Childs, com cenário e iluminação de Robert Wilson e música de Jon Gibson, estreou-se em Estrasburgo, em 1981, cinco anos depois de os dois criadores se terem juntado pela primeira vez na encenação de Wilson para a ópera de Philip Glass Einstein on the Beach. Convidados a revisitar a peça em 2022, Childs e Wilson quiseram pensar numa nova versão e não numa mera remontagem. Guardaram a primeira parte da peça de 1981, com música de Gibson, e juntaram-lhe outras duas (trabalhadas sobre música de Stravinsky e de John Adams), pensando o todo como um tríptico.

“A peça é agora composta por três partes”, explicava o encenador ao Ípsilon há dois anos. “Tem duas partes novas que se juntam à original – que tinha cerca de 20 minutos; agora temos um programa de 1h10 que expandimos a partir daquilo que tínhamos feito há muitos anos.” As três partes da nova versão são intercaladas por leituras por Lucinda Childs dos diários de Nijinsky.

Foto
A procura por Medeias contemporâneas em Jogging, solo da actriz e encenadora libanesa Hanane Hajj Ali TahtahM

O anúncio de Relative Calm coincide com o início da venda das assinatura para o 41.º Festival de Almada, a decorrer entre 4 e 18 de Julho, contando com onze criações internacionais e oito nacionais, entre as quais a reposição de Além da Dor (5 a 17 de Julho), texto de Alexander Zeldin encenado por Rodrigo Francisco, e as novas apresentações de Jogging (5 a 7 de Julho), solo da actriz e encenadora libanesa Hanane Hajj Ali, numa procura por Medeias contemporâneas, e que foi escolhido pelo público do festival passado como Espectáculo de Honra, regressando este ano.

Já confirmada estava a presença da produção do mítico Théâtre des Bouffes du Nord (fundado por Peter Brook) Sans Tambour (a 9 e 10 de Julho), peça em que Samuel Achache conta a derrocada de uma casa que apanha os seus habitantes de surpresa, cruzando a narrativa com o Lied de Schumann.

Sugerir correcção
Comentar