Robert Wilson: “O palco não se parece com nenhum outro lugar”

Três anos depois, o encenador norte-americano regressa ao Festival de Almada com a revisitação de I Was Sitting on My Patio This Guy Appeared I Thought I Was Hallucinating, a 16 e 17 de Julho, no D. Maria II. Espectáculo emblemático de um homem que dispensa qualquer imitação da vida em palco.

Foto
Lucie Jansch

Durante uma das primeiras apresentações da ópera The Life and Times of Joseph Stalin, no final de 1973, Michael Smith, crítico do The Village Voice, retirou-se da sala durante o terceiro acto para jantar. Não porque o espectáculo estivesse a atingir picos insuportáveis na sua escala pessoal do enfado, mas porque as 12 horas de duração obrigavam a uma pausa para repor energias. Na sua coluna no mítico jornal cultural nova-iorquino, Smith dir-se-ia arrependido por cada minuto que gastara a tratar do estômago e que, ao mesmo tempo, perdera da quinta criação de Robert Wilson. Mas teria escolhido ausentar-se naquele momento, provavelmente, porque os primeiros quatro actos (correspondentes às primeiras sete horas do espectáculo) recuperavam cenas de duas criações anteriores de Wilson para a sua companhia Byrd Hoffman School of Byrds (cuja designação tomava de empréstimo o nome da professora de dança que o ajudou a superar a gaguez de infância, ao aconselhar-lhe que falasse de forma mais pausada), The Life and Times of Sigmund Freud (1969) e Deafman Glance (1970).

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