Poucas mulheres e mais repetentes do que estreantes, assim é o novo Parlamento

Existem 67% de homens, 135 deputados a regressar ao hemiciclo e 123 parlamentares entre os 20 e os 49 anos na nova legislatura.

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A bancada do BE é aquela que tem mais mulheres e a do Chega a que tem tanto os deputados mais jovens como os mais idosos Daniel Rocha
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Menos paridade, mais deputados a repetirem os mandatos do que a estrearem-se (embora uma boa parte tenha entrado nos últimos quatro anos) e um hemiciclo, no geral, equilibrado em termos de idades. É este o retrato do novo Parlamento, onde esta terça-feira tomam posse os deputados da nova legislatura.

Já a contar com os parlamentares eleitos pelos círculos da emigração — são quatro e todos homens —, existem agora 76 mulheres no Parlamento, o que compara com 154 homens. A nova Assembleia da República vai ter assim 33,04% de mulheres, um número que fica abaixo da representação mínima estipulada por lei de 33,3% e dos valores das duas últimas legislaturas. É preciso recuar a 2015 para encontrar o mesmo nível de paridade.

A bancada em que as mulheres têm mais peso é a do BE: com três deputadas em cinco eleitos, as mulheres representam 60% do grupo parlamentar. Segue-se o PS, partido em que as 30 mulheres eleitas representam 38,5% da bancada. Atrás, aparece a IL, que elegeu três mulheres em oito deputados, isto é, 37,5%.

No PSD, existem 24 mulheres em 78 deputados (30,8%) e no Chega são 13 em 50 (26%). Tanto o PCP como o Livre elegeram uma mulher em quatro deputados, o que representa 25%. Na bancada do CDS, que tem dois deputados, não existe uma única mulher, ao contrário do PAN, que tem apenas uma deputada única mulher.

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Entre a renovação que alguns partidos fizeram nas suas listas, como o PSD, e o crescimento de algumas forças políticas, como o Chega e o Livre, o Parlamento vai receber 95 novos deputados. Mas são mais os parlamentares que vão regressar do que aqueles que se vão estrear, ainda que a maioria dos repetentes (85) faça parte da Assembleia da República há apenas uma ou duas legislaturas. Isto é, dois a quatro anos, visto que as duas legislaturas passadas, a de 2019 e a de 2022, foram interrompidas a meio.

Existem ainda 42 deputados que têm assento parlamentar há três ou cinco legislaturas e oito que cumpriram seis ou mais mandatos no Parlamento. Destes últimos, a maioria faz parte do PS: Ana Catarina Mendes, Edite Estrela, Sérgio Sousa Pinto, Jamila Madeira e Paulo Pisco. Somam-se à lista José Cesário, do PSD (com 12 legislaturas), José Soeiro, do BE e António Filipe, do PCP (com 11 mandatos).

Apenas nove deputados têm menos de 30 anos, um número que fica atrás dos deputados com mais de 65 anos, que são dez. Entre os jovens, a maioria estão à direita: Eva Brás Pinho, Martim Syder e Ana Cabilhas, do PSD; Rita Matias, Madalena Cordeiro (a mais jovem deputada, com 20 anos) e Daniel Teixeira, do Chega; e Bernardo Blanco e Patrícia Gilvaz, da IL. À esquerda, existe apenas um deputado sub-30, Miguel Costa Matos.

Já os deputados mais velhos estão distribuídos um pouco por todo o hemiciclo, mas a maioria senta-se na bancada do Chega, que tem os deputados com mais idade: Diogo Pacheco Amorim e Manuel Magno Alves, ambos com 75 anos. Da lista fazem também parte Luísa Macedo, Armando Grave e Jorge Galveias Rodrigues do mesmo partido; José Pedro Aguiar-Branco, Eduardo Oliveira e Sousa e Margarida Saavedra, do PSD; e Edite Estrela e Rosário Gamboa, do PS.

A grande maioria (114 deputados) está entre os 30 e os 49 anos. Seguem-se os deputados entre os 50 e os 65 anos, que, nesta legislatura, são 97. Ao todo, são mais os deputados dos 20 aos 49 anos (123) do que os deputados dos 50 aos 75 anos (107).

A bancada mais envelhecida é a do CDS, com uma média de idades de 57 anos. Segue-se o PCP com 53,3; o PSD com 49,8; o PS com 49,4; o Chega com 49; o Livre com 40,5; e a IL com 39,4. O grupo parlamentar mais jovem é o do BE, que tem uma média de idades de 39,2 anos.

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