Entre os países mais felizes do mundo, Portugal mantém um meio sorriso

Finlândia, Suécia e Islândia lideram o top. Já Portugal tem o mesmo sorriso do ano passado: entre 143 países, está em 55.º lugar. Estudo aponta uma crise jovem nos EUA e alguma Europa.

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Finlândia continua a ser o país mais feliz do mundo Mikko Huotari/Turismo da Finlândia
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O aumento da infelicidade entre os mais jovens fez com que os Estados Unidos e alguns grandes países da Europa ocidental caíssem num índice de bem-estar global, enquanto os países nórdicos mantêm o seu domínio sobre os primeiros lugares. Neste dia 20 de Março, assinala-se o Dia Internacional da Felicidade.

O Relatório Anual sobre a Felicidade Mundial, lançado em 2012 para apoiar os objectivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, baseia-se em dados da empresa americana de estudos de mercado Gallup, analisados por uma equipa global agora liderada pela Universidade de Oxford.

Pede-se a pessoas de 143 países e territórios que avaliem a sua vida numa escala de zero a 10, em que 10 representa a melhor vida possível. A média dos resultados dos últimos três anos é calculada para criar uma classificação.

A Finlândia continua a ocupar o primeiro lugar — com uma pontuação média de 7,7 —, seguida de perto pela Dinamarca, Islândia e Suécia, enquanto o Afeganistão e o Líbano ocupam os dois últimos lugares, com pontuações de 1,7 e 2,7, respectivamente. Portugal tem o mesmo sorriso do ano passado: entre 143 países, está em 55.º lugar.

Em termos gerais, as classificações estão vagamente correlacionadas com a prosperidade dos países, mas outros factores, como a esperança de vida, os laços sociais, a liberdade pessoal e a corrupção, parecem também influenciar as avaliações dos indivíduos.

Segundo o relatório, os Estados Unidos saíram pela primeira vez do top 20, passando do 15.º lugar no ano passado para o 23.º, devido a uma grande queda no sentimento de bem-estar dos americanos com menos de 30 anos.

Enquanto uma classificação global da felicidade das pessoas com 60 anos ou mais colocaria os Estados Unidos em 10.º lugar, as avaliações de vida das pessoas com menos de 30 anos colocam o país em 62.º lugar.

Os resultados estão em contradição com grande parte da investigação anterior sobre o bem-estar, que concluiu que a felicidade é mais elevada na infância e na primeira adolescência, antes de cair para o seu nível mais baixo na meia-idade e depois subir na altura da reforma.

"Os jovens, especialmente na América do Norte, estão actualmente a viver uma crise de vida", afirmou Jan-Emmanuel de Neve, professor de Economia da Universidade de Oxford e um dos editores do relatório.

Os millennials e os grupos etários mais jovens na América do Norte são significativamente mais propensos a declarar solidão do que os grupos etários mais velhos.

No entanto, De Neve afirma que é provável que uma série de factores esteja a diminuir a felicidade dos jovens, incluindo o aumento da polarização em torno de questões sociais, os aspectos negativos dos meios de comunicação social e a desigualdade económica, que torna mais difícil para os jovens comprarem casa própria do que no passado.

Embora o fenómeno seja mais acentuado nos Estados Unidos, a diferença de idade no bem-estar é também grande no Canadá e no Japão e, em grau crescente, em França, na Alemanha e na Grã-Bretanha, que perderam terreno na classificação deste ano.

Em contrapartida, muitos dos países que registam as melhorias mais significativas em termos de bem-estar são os antigos países comunistas da Europa central e oriental. Neste, ao contrário do que acontece nos países mais ricos, os jovens referem uma qualidade de vida significativamente melhor do que os mais velhos, muitas vezes igual ou melhor do que na Europa ocidental.

"A Eslovénia, a República Checa e a Lituânia estão a entrar no top 20 e isso deve-se inteiramente à sua juventude", concluiu De Neve.

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