UE sanciona 32 pessoas e entidades relacionadas com morte de Navalny

Decisão foi tomada em reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros e anunciada pelo ministro João Gomes Cravinho.

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Pequena homenagem a Alexei Navalny junto da embaixada russa nos Estados Unidos EPA/SHAWN THEW
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Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) decidiram esta segunda-feira sancionar 30 pessoas e duas entidades relacionadas com a morte do opositor russo Alexei Navalny, anunciou o chefe da diplomacia portuguesa.

“Estabeleceu-se a necessidade de sancionar 30 indivíduos e duas entidades relacionadas directamente com a morte de Navalny”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, em declarações à imprensa em Bruxelas, no final de um Conselho de Negócios Estrangeiros. A aprovação formal deste acordo político para sancionar indivíduos e entidades ligadas aos abusos e à morte de Navalny acontecerá nos próximos dias.

De acordo com o Serviço Prisional Russo (FSIN), Navalny morreu a 16 de Fevereiro, numa colónia penal do Árctico onde cumpria uma pena de 30 anos por vários crimes que dizia serem motivados apenas pela sua oposição ao Kremlin.

Crítico declarado do regime do Presidente Vladimir Putin e defensor da luta contra a corrupção, Navalny morreu aos 47 anos em circunstâncias ainda pouco claras, apesar da certidão de óbito mencionar causa natural.

Os seus apoiantes, a viúva Yulia Navalnaya e muitos líderes ocidentais acusaram Vladimir Putin de ser responsável pela morte de Navalny. O Kremlin negou tais acusações.

Após aquela que terá sido a última participação de João Gomes Cravinho num Conselho de ministros da UE enquanto chefe da diplomacia portuguesa, o responsável disse ainda à imprensa que, “ao longo destes dois anos em funções”, notou “uma grande intensificação da preocupação no sentido de urgência em relação ao apoio” à Ucrânia.

“Isso ficou muito patente na reunião desta segunda-feira, começando com a interacção com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e passando também naturalmente pela discussão com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia”, Dmytro Kuleba, que participaram no encontro por videoconferência, adiantou o ministro português.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de Fevereiro de 2022. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra sectores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra contra o país vizinho.

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