Guterres responsabiliza países do G20 por redução de emissões

António Guterres diz que América Latina e Caraíbas têm sido vítimas de “alterações climáticas descontroladas”. Países das Caraíbas pedem alívio da dívida para dar resposta a emergências climáticas.

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O secretário-geral da ONU defende que é necessária "mais justiça climática" para os países em desenvolvimento se protegerem das alterações climáticas SALVATORE DI NOLFI/EPA
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou na quinta-feira que a redução das emissões é "essencialmente" da responsabilidade das nações do G20, os maiores poluidores, apelando a metas mais fortes e a um financiamento mais justo para os países que sofrem com as consequências das alterações climáticas.

António Guterres, que falava antes da cimeira da Comunidade de Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC), em São Vicente e Granadinas, afirmou que é necessária "mais justiça climática", incluindo custos de financiamento razoáveis para os países em desenvolvimento se protegerem das alterações climáticas.

"É absolutamente essencial que não haja apenas uma ambição muito maior em relação à redução das emissões, o que é essencialmente uma responsabilidade dos países do G20, que representam 80% das emissões", afirmou Guterres.

O secretário-geral da ONU acrescentou que mais justiça climática implica "muito mais financiamento disponível a um custo razoável para adaptação e mitigação para os países em desenvolvimento, e em particular para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento".

Há muito que os países das Caraíbas pedem compensações climáticas, como um fundo de "perdas e danos" pago pelos países mais ricos para que as nações vulneráveis tenham acesso a fundos para os danos causados por catástrofes climáticas.

Além disso, os países das Caraíbas enfrentam elevados rácios de dívida em relação ao PIB e têm apelado ao alívio da dívida para que os governos não sejam obrigados a escolher entre a implementação de projectos humanitários e de resposta a emergências e o pagamento da dívida.

Guterres disse que as alterações climáticas eram uma das questões que iria abordar na cimeira desta sexta-feira, bem como a resposta internacional ao agravamento do conflito e da crise humanitária no Haiti.

"É o momento de reconhecer que a América Latina e as Caraíbas têm sido vítimas de um sistema financeiro internacional injusto e que muitas delas, em particular, são vítimas de alterações climáticas descontroladas", afirmou.

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