FC Porto e Arsenal prontos a exibir pedigree europeu na Champions

Conceição e “gunners” comparam a eliminatória dos “oitavos” a um encontro de puros-sangue, com o portista a sublinhar o poderio futebolístico e financeiro dos ingleses, no maior desafio da época.

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Sérgio Conceição destaca pedigree europeu LUSA/ESTELA SILVA
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Dois dias depois de o FC Porto ter retocado a imagem com um resultado líquido consolidado de 35 milhões no primeiro semestre de 2023/24 e a redução dos capitais próprios negativos, o Dragão recebe o Arsenal, vice-campeão inglês, actual vice da Premier League e um dos “campeões” em “valor de mercado”.

Um Arsenal elogiado por Sérgio Conceição e que o técnico português suspeita poder tornar-se no maior desafio da temporada portista, “abalada” pelos recentes resultados com Boavista, Rio Ave e Arouca, já em 2024.

Por isso mesmo, o adversário desta noite (20h, TVI) foi minuciosamente dissecado no Dragão, justificando algumas horas extraordinárias na análise aos londrinos, incluindo a reabilitação conseguida graças a cinco triunfos consecutivos, onde os britânicos exibiram um poderio ofensivo de respeito e uma assinalável solidez defensiva, com 21 golos anotados... e apenas dois consentidos.

Nada que tenha surpreendido o treinador do FC Porto, ciente da qualidade do plantel (que integra o ex-portista Fábio Vieira, na iminência de regressar à equipa após cirurgia) e do trabalho de Mikel Arteta, treinador dos londrinos há cinco anos... Tudo, sem ignorar o investimento feito pelos “gunners”, com direito a um lugar no pódio dos emblemas com os plantéis mais valiosos.

Dez milhões de razões

Um tema sensível no Dragão, apesar do bom desempenho na Liga milionária, autêntico farol a nível financeiro. Só esta época, os “azuis e brancos” já atingiram os 63,57 milhões de euros, verba que poderá ser reforçada com 10,6 milhões caso o FC Porto avance para os quartos-de-final, aumentando para seis o número de presenças na fase que define as quatro “melhores” equipas europeias da principal competição de clubes.

Com o estatuto de único representante português na Champions, depois da saída de cena de Benfica e Sp. Braga, o FC Porto — sétimo no ranking dos emblemas com maior encaixe financeiro da edição 2023/24 —, orgulha-se da história construída nas últimas duas décadas na competição, com 19 participações em 21 (desde 2003) e 14 presenças nos oitavos-de-final.

Sérgio Conceição usou esse certificado para vincar o pedigree europeu dos portistas e dos “arsenalistas”, característica que também o Arsenal Media assinala, no roteiro elaborado para os adeptos ingleses, em relação à carga genética do adversário português, como traço comum aos dois clubes, verdadeiros puros-sangue que partilham ainda um pedaço de história no museu portista:

Visita guiada à Taça... Arsenal

Um troféu com 2,8 metros e 250 kg (130 kg de prata, para além de ouro, cristal, mármore e veludo), autêntica obra de arte avaliada, segundo os ingleses, em 350 mil euros e que mereceu enlevada nota de destaque no site do Arsenal para explicar a estória da “Taça Arsenal”, concebida por Marinho Brito e Albano França na Ourivesaria Aliança em honra ao triunfo dos “azuis e brancos” (3-2) sobre “a melhor equipa do Mundo”, em Maio de 1948.

Uma linhagem que terá de ser verificada em campo, onde os portistas não contarão com o iraniano Mehdi Taremi, recém-chegado da Taça Asiática, mas que, tal como Zaidu (aguarda cirurgia ao joelho esquerdo), está lesionado (adutor), pelo que foi descartado das opções pelo próprio Sérgio Conceição, na conferência de imprensa.

No fundo, uma baixa “crónica” em 2024, ano em que somou 22 minutos pelos portistas na derrota de Arouca. Conceição poderá sempre contar com Evanilson, a principal referência do ataque dos “dragões”, com quatro golos em cinco jogos, a um do quarteto (Morata, Griezmann, Hojlund e Haaland) de goleadores da prova na fase de grupos.

Num discurso assertivo, Sérgio Conceição garante que um resultado positivo passa pela vitória, o que exige golos... embora acredite que a chave da eliminatória será “a solidez defensiva”, momento que exige um grupo “competente, competitivo, agressivo e inteligente”, capaz de se ajustar ao perfil do adversário sem “fugir à identidade” que Diogo Costa, guarda-redes portista, espera que o Arsenal possa sentir neste encontro.

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