Sp. Braga deixa sonho da Champions em Nápoles e embarca na Liga Europa

Derrota frente ao campeão italiano foi compensada pelo triunfo do Real Madrid em Berlim, a manter os minhotos nas competições da UEFA.

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Victor Osimhen bate Matheus no segundo golo do Nápoles Reuters/CIRO DE LUCA
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Obrigado a vencer por dois golos de diferença, o Sp. Braga não conseguiu concretizar, esta terça-feira, o sonho do apuramento inédito para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, saindo derrotado por 2-0 de Nápoles. Este resultado, associado ao do Union Berlin-Real Madrid (2-3), transferiu os minhotos, terceiros classificados do Grupo C, para a segunda prova de clubes da UEFA.

A abordagem positiva, com carácter e um futebol fluido do Sp. Braga até prometia. Mas o jogo mostraria de forma inequívoca que a ineficácia e os erros na Liga dos Campeões podem ser demolidores.

O Sp. Braga, que ao apostar em Pizzi, prescindindo de Vítor Carvalho, mostrou claramente que ia começar ao ataque, o que cumpriu de imediato. E só por alguma hesitação de Pizzi e infelicidade de Bruma não chegou ao golo aos três minutos. O rendilhado de triangulações e desmarcações sucessivas ficou a centímetros de oferecer o arranque tão ambicionado.

Não aproveitou o Sp. Braga, marcou o Nápoles num lance de desconcentração e infelicidade. Di Lorenzo fez um lançamento lateral a isolar Politano, cujo cruzamento apanhou Serdar ao primeiro poste, com o central turco a marcar (9’) na própria baliza, apesar dos esforços de Matheus.

O Sp. Braga precisava, então, de marcar três golos para continuar na Champions, enquanto o campeão italiano nem sequer tinha de rematar à baliza de Matheus. O primeiro a ousá-lo foi Zielinski, aos 31 minutos, numa altura em que as estatísticas dos minhotos assinalavam sete finalizações, com destaque para um remate fulminante de Ricardo Horta, defendido por Meret.

Nada que enervasse um Nápoles que aos 33 minutos destruía o sonho bracarense com mais um golo estranho. Após arrancada, na esquerda, Natan serviu Victor Osimhen no interior da área. Em desequilíbrio, o melhor futebolista africano de 2023 rodou e traiu Matheus com um desvio involuntário.

A partir desse momento, o Sp. Braga sabia que só um harakiri do Nápoles lhe franquearia as portas dos oitavos-de-final. A tentação de espiar o que se passava em Berlim era, nessa altura, fortíssima. O Real Madrid era um bom aliado, mesmo com ligeiros retoques. Mas a lei de Murphy lembrava cenários mais obscuros e o Union chegava ao intervalo na Liga Europa, deixando o Sp. Braga sem nada.

Era, então, o momento de colocar em prática o plano B e lutar por um empate na Campânia, o que exigia uma ordem directa do banco. Artur Jorge aproveitou o intervalo para corrigir o rumo, lançando Abel Ruiz no lugar de Pizzi.

Apesar de ter uma frente de ataque mais alargada, o Sp. Braga não conseguia desposicionar um adversário que baixava o ritmo e acelerava apenas nos momentos certos, revelando-se bem mais perigoso, como se provou a 25 minutos dos 90 num remate de Anguissa que só os reflexos de Matheus travaram.

Como consolo, restava a reviravolta do Real Madrid na Alemanha e a esperança de poder embarcar na Liga Europa, apesar de o Union Berlin ter empatado perto dos 90 minutos, mantendo a incerteza por uns instantes, antes da sentença do Real a conservar o Sp. Braga na Europa.

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