BP alcançou lucros de quase 13 mil milhões em 2023

A desaceleração dos preços das matérias-primas ao longo do ano passado penalizou os resultados das petrolíferas face a 2022, que, ainda assim, continuaram a apresentar lucros avultados em 2023.

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No quarto trimestre de 2023, a petrolífera BP teve um resultado líquido de perto de 2,8 mil milhões de euros Reuters/CHRIS HELGREN
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A BP superou as expectativas do mercado e reportou lucros de quase 13 mil milhões de euros no ano passado. Os lucros alcançados pela petrolífera britânica representam, ainda assim, uma quebra de quase 50% em relação ao ano anterior, quando as maiores petrolíferas do mundo haviam alcançado lucros recorde, numa altura em que os preços das matérias-primas estão a abrandar.

Os números foram divulgados pela BP nesta terça-feira. No quarto trimestre de 2023, a petrolífera reportou um resultado líquido de 2,99 mil milhões de dólares (perto de 2,8 mil milhões de euros), um valor que superou as expectativas dos investidores, mas que, ainda assim, representa uma queda de quase 40% em relação a igual período de 2022. Deste modo, no conjunto do ano passado, a empresa alcançou lucros de 13,8 mil milhões de dólares (cerca de 12,8 mil milhões de euros), menos 49,9% do que no ano anterior. Apesar da queda face ao ano imediatamente anterior – um ano em que a guerra da Ucrânia fez subir os preços do petróleo e do gás para níveis quase recordes –, os lucros anuais de quase 13 mil milhões são os segundos mais elevados desde 2012 para a BP, logo a seguir ao desempenho de 2022.

A justificar a queda anual verificada em 2023, explica a BP, está uma margem de lucro da actividade de refinação “significativamente mais baixa”, assim como a desaceleração dos preços da matéria-prima.

A evolução das cotações das principais matérias-primas que servem de base ao negócio da BP ilustra bem essa queda. No final do ano passado, o barril de Brent, petróleo que serve de referência para o mercado europeu, era negociado na casa dos 77 dólares, abaixo da cotação acima dos 83 dólares por barril que se registava no final de 2022.

No gás, a quebra é ainda mais evidente: em Dezembro de 2023, os contratos para o mês seguinte negociados no Title Transfer Facility (TTF), índice que serve de referência às transacções de gás natural na Europa, eram transaccionados na casa dos 32 euros por megawatt-hora (MWh), muito aquém dos 80 euros por MWh que se registavam no final de 2022 e do pico de quase 250 euros por MWh que se verificou em Agosto de 2022.

Mesmo assim, os resultados da BP chegaram para convencer o mercado e a empresa continua, esta terça-feira, a disparar em bolsa. Por esta altura, a petrolífera, cotada na Bolsa de Londres, está a valorizar-se mais de 5% e lidera os ganhos do índice de referência FTSE 100.

A BP junta-se, assim, ao grupo de grandes petrolíferas, que, apesar dos lucros avultados, têm vindo a conhecer quebras face a 2022. Na semana passada, também a Shell reportou lucros de 28 mil milhões de dólares em 2023, valor que representa uma queda de 30% face ao ano anterior, assim como a Exxon, que viu os lucros caírem em 35%, para 36 mil milhões de dólares, e a Chevron, que reportou uma diminuição de 40% no resultado líquido, para cerca de 21 mil milhões.

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