Moschino tem um novo director criativo: quem é o argentino Adrian Appiolaza

“Estou pronto para transportar a maison para um novo capítulo, com um toque teatral, no puro estilo de Moschino”, celebrou o novo director criativo. A estreia está marcada para Fevereiro, em Milão.

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Adrian Appiolaza tem 51 anos e andou pela música antes de chegar à moda Instagram/Adrian Appiolaza
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O criador argentino Adrian Appiolaza é o novo director criativo da Moschino, anunciou a marca nesta terça-feira. O designer até agora praticamente anónimo assume o lugar deixado por Davide Renner, que morreu inesperadamente dez dias depois de ocupar o cargo. O primeiro desfile de Appiolaza está agendado para o final de Fevereiro, na Semana da Moda de Milão.

“Adrian traz consigo uma riqueza única de experiência, criatividade e conhecimento da história da moda que será fundamental para escrever um novo capítulo maravilhoso na aventura da marca fundada por Franco Moschino”, destaca o director-executivo do grupo Aeffe, Massimo Ferretti.

O criador também reagiu no mesmo comunicado, mostrando-se “grato” pela oportunidade de “aceder ao mundo Moschino”, uma casa “cujas paredes exalam uma história” que está “ansioso por ouvir”. E prometeu: “Estou pronto para transportar a maison para um novo capítulo, com um toque teatral, no puro estilo de Moschino.”

Apesar de não ser propriamente um novato, aos 51 anos é a primeira vez que estará ao leme de uma casa de moda. Nos últimos dez anos, Adrian Appiolaza foi director da equipa de design de pronto-a-vestir da Loewe, mais recentemente ao lado do irlandês Jonathan Anderson. Antes disso, passou por casas como a Chloé, a Marc Jacobs, a Louis Vuitton e a MiuMiu.

A paixão pela moda vem da infância em Buenos Aires — cidade onde nasceu em 1972 — quando passava as tardes na loja de costura da avó, conta a revista Vogue. Ainda assim, foi a obsessão pela música que o levou a trocar a Argentina pela Inglaterra. “Durante os anos em que a cena musical em Manchester estava a prosperar, levou-me a imaginar outro universo, aparentemente distante, onde me podia expressar como nunca antes.”

E assim foi. Mais tarde, em Londres, enquanto fazia um estágio com Alexander McQueen, ingressou na conceituada escola de moda Central Saint Martins, onde conheceu a mulher que havia de lhe alterar o destino. “Foi Phoebe Philo que mudou o curso da minha carreira”, aponta Adrian Appiolaza, que tece grandes elogios à criadora que atingiu o estrelato na Céline.

Foi um primeiro passo fundamental para o currículo completo que o levou a ser escolhido para a Moschino, sucedendo a Davide Renner e a Jeremy Scott, que esteve durante uma década na direcção criativa da irreverente casa de moda, fundada em 1983, em Itália. Franco Moschino, que fez carreira na Versace, esteve à frente da etiqueta com o seu nome até 1994, ano em que morreu de complicações com VIH, mas não sem deixar um legado admirado por tantos outros criadores de moda, incluindo pelo argentino, que se assume como um coleccionador de peças vintage.

“Franco Moschino sempre esteve entre elas [essas peças]. Ter acesso hoje a estas memórias; percorrer estes corredores repletos de histórias à espera de serem ouvidas; tocar em roupas que só tinha visto em revistas é inestimável e servirá de bússola na viagem que acabo de iniciar”, reforça Adrian Appiolaza, que menciona peças icónicas como a saia feita a partir de soutiens ou as criações com aplicações 3D.

Resta ver a sua interpretação da história da colorida e teatral da Moschino já a 22 de Fevereiro, na passerelle da Semana da Moda Milão. O certame arranca a 20 de Fevereiro e esperam-se as apresentações de marcas como a Fendi, a Gucci, a Prada ou a Versace.

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