Global Media começa a pagar salários de Dezembro aos trabalhadores do quadro

Subsídio de Natal continua por pagar aos funcionários. Colaboradores continuam com atraso nos salários.

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Grupo Global Media começou a pagar salários de Dezembro a 25 de Janeiro Paulo Pimenta/Arquivo
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Depois de quase um mês de incumprimento salarial, o Global Media Group (GMG) começou a pagar os salários de Dezembro aos trabalhadores do quadro, apurou o PÚBLICO junto de múltiplas fontes. Os funcionários relatam que falta ainda saldar o valor do subsídio de Natal, num momento em que, em condições normais, se preparavam para receber os salários do mês de Fevereiro.

A falta nos pagamentos persistiu até à manhã desta quinta-feira, 25 de Janeiro, apesar das promessas da administração. No caso dos colaboradores, o incumprimento salarial ainda se mantém. Em declarações numa comissão parlamentar a 9 de Janeiro, José Paulo Fafe adiantou que estava a poucos dias de receber uma transferência extraordinária do World Opportunity Fund (WOF), o fundo sediado nas Bahamas que controla o GMG, e que com ele tencionava pagar os salários pendentes até “segunda ou terça-feira” da semana seguinte.

Após esta audição, José Paulo Fafe anunciou que o fundo não iria realizar qualquer transferência antes de a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) concluir o processo administrativo que abriu sobre a empresa e de Marco Galinha, presidente do conselho de administração do grupo, retirar o procedimento cautelar de arresto.

A esta comunicação seguiu-se a decisão dos trabalhadores do Jornal de Notícias e do diário desportivo O Jogo de suspenderem os contratos. A estes dois títulos juntam-se agora os trabalhadores do Dinheiro Vivo. No Diário de Notícias, a redacção decidiu emitir um pré-aviso de greve, apontando o início da paralisação para dia 1 de Fevereiro.

O Grupo Bel, liderado por Marco Galinha, deu uma garantia à Vasp para adiantar dinheiro à Global Media com o objectivo de pagar os salários de Dezembro dos trabalhadores do grupo, disse na quarta-feira à Lusa fonte ligada ao processo.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) instaurou, na passada sexta-feira, “sete processos de contra-ordenação ao Global Media Group” por incumprimento salarial junto dos trabalhadores. Além disto, a ACT instaurou ainda dois outros processos de contra-ordenação “relativamente a jornalistas prestadores de serviços com indícios de irregularidade no vínculo”.

A crise que está a afectar o Global Media Group tem deixado um rasto de demissões na cúpula do grupo. São já cinco os administradores que abandonaram a empresa: Filipe Nascimento, Paulo Lima Carvalho, Victor Menezes, Diogo Agostinho e Carlos Beja.

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