Neuza Teixeira (1979-2024), apenas Neuza ou muito mais

No cinema, trabalhou com nomes como João Botelho e Canijo. Era também actriz de teatro e televisão, em telenovelas como Anjo Selvagem e séries como Não És Homem, Não És Nada, além de professora.

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Neuza Teixeira tinha 44 anos Facebook / Academia Portuguesa de Cinema
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A actriz Neuza Teixeira, muitas vezes creditada apenas como Neuza, morreu aos 44 anos. A data e local da morte, que foi confirmada junto de amigos da actriz pela agência Lusa, não foram divulgados. Neuza Teixeira começou a carreira como modelo. Depois disso, saltou para o teatro, o cinema e a televisão, tendo sido também professora.

A notícia foi avançada esta quarta-feira pela Academia Portuguesa de Cinema. “É com muita tristeza que recebemos a notícia do falecimento da actriz de teatro, televisão e cinema Neuza Teixeira”, lê-se na página oficial da Academia Portuguesa de Cinema no Facebook, sem mais informação.

Neuza Teixeira, muitas vezes creditada apenas com o nome próprio, nasceu a 6 de Dezembro de 1979, em Lisboa, e estreou-se como actriz no cinema, em 1998, no filme Tráfico, de João Botelho. A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos EUA (2003), igualmente de João Botelho, Suicídio Encomendado e Frágeis, ambos de 2007, com realização de Artur Serra Araújo e do francês Martin Valente, respectivamente, foram outras longas-metragens em que participou.

No grande ecrã representou ainda em filmes como Sangue do Meu Sangue (2011), de João Canijo, e Histórias de Alice (2016), do brasileiro Oswaldo Caldeira.

Na televisão, a actriz participou em séries como Médico de Família (1998) e Não És Homem, Não És Nada (1999/2000), como modelo da Central Models, assim como nas telenovelas Ganância (2001), Anjo Selvagem (2002), Saber Amar (2003) e Podia Acabar o Mundo (2008).

Do seu currículo constam também os telefilmes Amor Perdido (2000), de Jorge Queiroga, Teorema de Pitágoras (2001), de Gonçalo Galvão Teles, e Um Sonho Adiado (2012), de Lourenço de Mello.

No teatro, recorda a Academia Portuguesa de Cinema, Neuza Teixeira estreou-se no espectáculo de Jorge M. Fraga Romeu e Julieta – Das Entranhas Fatais e Sob Funesta Estrela, que esteve em cena no Teatro da Trindade, em 1999. Em 2003, no Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, companhia residente do Teatro Municipal Sá de Miranda, Neuza Teixeira participou na peça Os Directores, de Daniel Besse, com encenação de Joaquim Benite. Dirigiu ainda, no mesmo ano Uma Vida, no antigo Café Teatro, em Viana do Castelo.

A Base de Dados do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa coloca-a também no elenco de O Presidente, de Thomas Bernhard, produção de 2008 da Companhia de Teatro de Almada e da ACTA A Companhia de Teatro do Algarve. Nos palcos, Neuza Teixeira trabalhou com encenadores como Joaquim Benite, José Martins, Ana Tamen e Pedro Barão.

De acordo com o currículo disponível na sua página na rede Linkedin, Neuza Teixeira formou-se em Relações Públicas e Comunicação Empresarial na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, tendo ingressado na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), em 2004, licenciando-se, em 2008, em Artes Cénicas e Interpretação. Fazia ainda locuções e era também professora. No site Superprof, anunciava aulas de expressão dramática, representação e técnicas de casting.

A ESTC publicou uma nota de pesar pela morte de Neuza Teixeira. E vários amigos e colegas de profissão também deixaram testemunhos nas redes sociais, como o da actriz Carla Vasconcelos, que escreveu: “A Neuza decidiu ir embora. Eu gostava da gargalhada dela, dos abraços cheios de genica, das frases em andamento sempre com um sorriso, do empenho com que se irritava. Era tudo muito e isso era parte da beleza da Neuza”. Ou ainda, o actor Nuno Lopes, que publicou duas fotografias da actriz e uma mensagem lacónica: "Sem palavras… Até já, querida Neuza."

Com o apoio da cooperativa Gestão dos Direitos dos Artistas (GDA) frequentou ainda o programa Erasmus da União Europeia na Real Escuela Superior de Arte Dramática de Madrid.

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