É um daqueles casos em que se deve louvar o empenhamento - a primeira longa-metragem de Artur Serra Araújo foi para a frente em vídeo digital, com um orçamento munísculo e sem subsídio do ICAM.

É um daqueles casos em que se deve louvar aquilo que falta muitas vezes ao cinema português - uma boa ideia de argumento, no caso de comédia negra, sobre uma firma de "suicídios organizados" que facilita a vida os suicidas. É pena que o resultado não esteja à altura do voluntarismo do projecto: a tal boa ideia nunca é desenvolvida de modo a sustentar com sucesso 90 minutos de filme, o recurso ao digital parece mais "desenrascanço" que opção, a realização trai a inexperiência do primeiro filme. É uma curta-metragem com piada perdida dentro de uma longa desinteressante.