Grupo da revista Visão já pagou a maioria dos salários de Dezembro

Dificuldades de tesouraria da Trust in News originaram atraso no pagamento de salários. Prioridade foi começar pelos vencimentos mais baixos.

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Grupo da revista Visão relatou dificuldades de tesouraria PUBLICO/ARQUIVO
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O atraso no pagamento dos salários de Dezembro no grupo Trust In News (TIN), dono de revistas como a Visão, Exame e Activa, entre outras, está ainda em fase de resolução. Contudo, de acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, a situação já foi regularizada para a maioria dos trabalhadores, priorizando-se os casos dos trabalhadores com salários mais baixos e situações de maior carência.

“O primeiro salário a atrasar-se foi o de Novembro, o subsídio de Natal também se atrasou bastante”, começa por explicar Clara Teixeira, delegada sindical da Visão, em declarações ao PÚBLICO. A responsável queixa-se de falta de dados por parte do accionista, alegando que as explicações dadas sobre o problema são parcas.

Contactado pelo PÚBLICO, o empresário Luís Delgado, CEO da Trust in News, não quis prestar declarações sobre esta situação.

Este grupo concentra um conjunto de publicações adquiridas à Impresa (dona do Expresso e da SIC) no início de 2018. Visão, Exame, Exame Informática, Courrier Internacional, Caras e Activa são alguns dos títulos no portfólio da Trust in News.

As dificuldades de tesouraria do grupo que controla a Visão acompanham a crise sentida no sector da imprensa. No Global Media Group (GMG), os trabalhadores fizeram greve na passada quarta-feira, protestando com o atraso nos salários e a ameaça de um despedimento colectivo que pode abranger até 200 trabalhadores.

De acordo com informação tornada pública esta quinta-feira, os salários relativos a Dezembro já foram processados na TSF, mas o mesmo não aconteceu no caso de Jornal de Notícias e Diário de Notícias.

O actual administrador da GMG, José Paulo Fafe, admitiu na Assembleia da República que se não forem cumpridas as metas para o programa de rescisões, o próximo passo poderá implicar o despedimento colectivo.

O empresário Marco Galinha, antecessor de José Paulo Fafe, responsabilizou a actual administração pela crise na GMG, garantindo que não existe um passivo de 50 milhões. O líder do grupo BEL adiantou ainda ter investido cerca de 16 milhões de euros nos últimos três anos.

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