Centenas de mortos na bacia do rio Congo, submersa por inundações repentinas

Na quarta-feira, o rio atingiu 6,20 metros acima do nível do mar, próximo do recorde de 6,26 metros registado em 1961. As inundações surgem após chuvas excepcionalmente intensas no interior do país.

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Vista de casas submersas em águas de inundação depois de o rio Congo ter subido ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Pessoas usam um barco improvisado para se deslocarem depois de o rio Congo ter subido ao seu nível mais alto Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Pessoas usam um barco improvisado para se deslocarem depois de o rio Congo ter subido ao seu nível mais alto Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Rio Congo subiu ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Rio Congo subiu ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Rio Congo subiu ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Rio Congo subiu ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Rio Congo subiu ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Rio Congo subiu ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Rio Congo subiu ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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Rio Congo subiu ao seu nível mais alto, causando inundações em Kinshasa, República Democrática do Congo Reuters/JUSTIN MAKANGARA
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O rio Congo atingiu o seu nível mais alto em mais de 60 anos, causando inundações em toda a República Democrática do Congo (RDC) e na República do Congo que mataram mais de 300 pessoas nos últimos meses, segundo as autoridades. O mau planeamento urbano e as fracas infra-estruturas tornaram alguns países africanos vulneráveis a inundações repentinas após chuvas intensas, que se tornaram mais frequentes devido às alterações climáticas.

Ferry Mowa, um especialista em hidrologia da autoridade fluvial da RDC, que faz parte do Ministério dos Transportes, disse que o seu gabinete tinha assinalado o elevado nível de água no final de Dezembro, avisando que quase toda a planície de inundação da capital Kinshasa, que fica nas margens do rio, poderia ser afectada.

Na quarta-feira, o rio atingiu 6,20 metros acima do nível do mar, um pouco abaixo do recorde de 6,26 metros registado em 1961, disse à Reuters, acrescentando que as inundações se seguiram a chuvas excepcionalmente elevadas no interior do país. "É imperativo que as pessoas que vivem à volta do rio se desloquem", disse Mowa.

Vários bairros da densamente povoada Kinshasa da RDC foram inundados, bem como comunidades em mais de uma dúzia de províncias, disse o Ministério dos Assuntos Sociais.

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Na quarta-feira, o rio Congo atingiu 6,20 metros acima do nível do mar, o valor mais alto em mais de 60 anos.

Reuters,Joana Gonçalves

Cerca de 300 pessoas morreram e 300 mil famílias foram afectadas, tendo dezenas de milhares de casas sido destruídas, afirmou o ministério num comunicado da semana passada.

Na vizinha República do Congo, cuja capital Brazzaville também se situa nas margens do outro lado do rio, pelo menos 17 pessoas morreram em inundações em oito regiões, incluindo a capital, com mais de 60 mil famílias afectadas, disseram as autoridades à Reuters.

Sem plano de prevenção

Alguns residentes usam pás para abrir caminho através das ruas inundadas, onde a água subiu até ao nível do telhado de algumas casas. As águas das cheias também arrastaram milhares de garrafas de plástico e outros detritos que agora entopem as ruas.

No município de Ngaliema, na parte ocidental de Kinshasa, a casa de Helene, uma residente local, ficou submersa na água. "Vivo neste bairro desde que nasci e nunca passei por um acontecimento destes, mas não tenho meios para ir viver para outro lado", disse.

Raphael Tshimanga Muamba, director de um centro de investigação da bacia do Congo na RDC, apelou à criação de um fundo para ajudar a gerir as catástrofes naturais e a adaptar-se às alterações climáticas. Segundo ele, a RDC não dispõe de um plano de prevenção das inundações.

"Não estou surpreendida por ver que o nível da água está a aumentar a este ponto", disse a activista climática Ketsia Passou, de 18 anos. "O que mais me surpreende é o silêncio das autoridades que não estão a ajudar estas famílias que estão a sofrer os efeitos das alterações climáticas."

O ministro dos assuntos sociais e humanitários da RDC, Modeste Mutinga, disse à Reuters que será realizada uma reunião na quinta-feira para avaliar mais ajuda humanitária

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