O caminho para a intolerância, num mundo cada vez mais tolerante

Vivemos num mundo cada vez mais tolerante. Contudo, parece que estamos sempre prontos para a próxima guerra, seja ela de trincheiras ou de tweets.

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Megafone P3: O caminho para a intolerância, num mundo cada vez mais tolerante EPA/ORIETTA SCARDINO

A cada ano, caminhamos cada vez mais para a tolerância e aceitação de todos os indivíduos independentemente do sexo, idade, orientação sexual, classe social ou até mesmo da ideologia política.

Se isto acontece, porque é que parece cada vez mais que vivemos num mundo de menor aceitação de opiniões relativas à sociedade, aos problemas do globo, aos direitos humanos, aos conflitos internacionais? De um modo geral, porque é que parece que cada vez mais vivemos num mundo de “compaixão só para alguns”?

Analisemos, por exemplo, uma questão que tem dado muito que falar nos últimos tempos, em especial na Europa: a imigração ilegal. É consensual dizer que todos querem o seu país mais seguro, livre de imigração ilegal e que consiga dar oportunidades iguais a todos os seus cidadãos.

Mas o que se tem vindo a observar é um ódio cada vez mais perigoso e crescente para com os imigrantes que se encontram em território europeu. Este tipo de discurso é proeminentemente utilizado por partidos de extrema-direita que tentam captar o voto dos eleitores ao apelar ao descontentamento e ao sentimento e orgulho nacional e muitas vezes conservador (o que pode ser perigoso).

Em suma, com este tipo de discurso e pensamento, acabamos por generalizar aquilo que nunca deve ser generalizado: o ser humano. Cada indivíduo é único e por isso temos de ser capazes de olhar para uma pessoa e formar a nossa opinião sobre ela sem preconceitos ou juízos preconcebidos.

Contudo, o mesmo acontece do lado mais à esquerda do espectro político. Observemos, por exemplo, as manifestações pró-Palestina que têm acontecido por todo o mundo, em particular nas grandes capitais.

Estas manifestações devem acontecer, não só para pressionar um cessar-fogo por parte de Israel, mas também para haver uma constante lembrança de todos os homens, mulheres e crianças que morrem diariamente na faixa de Gaza.

Todavia, o que se tem verificado ultimamente, em especial nas universidades americanas é um crescente ódio anti-semita, muito provocado por estes protestos que contém quase sempre na sua maioria um discurso e uma natureza propícia ao ódio contra os judeus.

Sumariamente, estamos cada vez mais a viver num mundo de constante incerteza com todos os problemas actuais que enfrentamos, e por isso, temos de ser compreensivos com as pessoas (mais agora que antes), conseguir chegar à visão delas e ajudá-las de qualquer maneira possível.

Acima de tudo, temos de aprender a ver o que nos une ao invés do que nos separa porque não vale a pena olhar para o mundo como preto e branco.

O mundo é feito de muitas cores, sempre o foi e sempre será e resta-nos a nós (jovens, principalmente) unirmo-nos e lutarmos por um futuro mais seguro, sustentável e tolerante.

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