Poupanças em depósitos a prazo cresceram 3,1 mil milhões em Novembro

Total de crédito à habitação registou o primeiro mês de crescimento, embora muito ligeiro, mas continuou em queda face a igual período de 2022.

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Depósitos aumentam enquanto Certificados de Aforro "encolhem" Ricardo Lopes
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A poupança dos portugueses canalizada para depósitos aumentou em Novembro em pouco mais de três mil milhões de euros, face a Outubro, subindo o stock total para 178,2 mil milhões de euros. Mas em termos homólogos, a variação ainda foi negativa em 2,2% (face aos 182.250 milhões de euros existentes em Novembro de 2022).

Os dados do Banco de Portugal, divulgados esta terça-feira, mostram maior dinamismo na gestão de poupanças, de forma a beneficiar de taxas de juro mais atractivas. Daí que os depósitos a prazo tenham aumentado 3,1 mil milhões de euros, um crescimento de 10,6% em relação a Novembro de 2023. Trata-se de um montante que supera o verificado no mês anterior e que se explica pela transferência, embora ligeira, de depósitos à ordem para depósitos a prazo.

Recorde-se que o stock de depósitos a prazo diminuiu significativamente no início de 2023, altura em se verificou um aumento significativo na subscrição de Certificados de Aforro, voltando a recuperar a partir de Junho, precisamente depois de o Governo ter suspendido a série D, mais rentável, substituindo-a por uma nova, a F, menos rentável.

Nos empréstimos a particulares verificou-se uma queda de 0,4%, pelo terceiro mês consecutivo, explicada pela queda do crédito à habitação.

O montante total de empréstimos para habitação ascendeu a 99,1 mil milhões de euros, uma queda de 1,1% face a Novembro de 2022.

Contudo, o crédito para compra de casa registou a primeira variação mensal positiva do ano, mas de apenas 26 milhões de euros, face a Outubro.

Os empréstimos ao consumo atingiram 21,1 mil milhões de euros, mais 100 milhões do que em Outubro, e mais 3,8% em relação a igual mês do ano passado.

Primeiro recuo desde 2016

O que é novidade é a queda dos depósitos das empresas, o que não acontecia desde Janeiro de 2016.

“O stock de depósitos das empresas nos bancos residentes totalizava, no final de Novembro, 64,2 mil milhões de euros, menos 1,1 mil milhões de euros do que em Outubro. Estes depósitos apresentaram um decréscimo anual (-0,7%), o que não acontecia desde Janeiro de 2016”, revela o BdP na informação divulgada.

Também o montante de empréstimos concedidos às empresas diminuiu, neste caso 100 milhões de euros, totalizando 72,4 mil milhões de euros no final de Novembro de 2023. Relativamente a Novembro de 2022, o montante destes empréstimos caiu 3,2% (-3,3% em Outubro).

Por dimensão, o crédito a microempresas registou uma variação anual positiva (2,4%), enquanto as restantes tipologias (pequenas, médias e grandes empresas) observaram taxas negativas.

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