António Costa, primeiro-ministro emérito de Portugal

Ele vai andar por aí, está vivo e ocupa volume – logo, faz sombra. Ainda por cima, e ao contrário de Bento XVI, não planeia recolher-se a um mosteiro de clausura.

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Quando Bento XVI decidiu renunciar ao cargo em 2013 – o primeiro Papa a abdicar desde o grande cisma do Ocidente, no início do século XV –, colocou-se de imediato uma grave questão: o que lhe chamar e o que fazer com ele. Gerir dois Papas em simultâneo era um problema evidente, e a solução encontrada foi arranjar um novo título – “Papa emérito”, o primeiro da História – e uma residência dentro do Vaticano onde não desse demasiado nas vistas – o Convento Mater Ecclesiae, de clausura monástica. Durante quase dez anos, até morrer no último dia de 2022, Bento XVI manteve o nome papal e as vestes brancas, e devolveu o anel de pescador. Mas, mesmo enclausurado e envelhecido, escreveu livros, fez discursos, encontrou-se com cardeais, conspirou um bocadinho e deu várias dores de cabeça ao seu sucessor.

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