Superliga quer competir com Liga dos Campeões e promete jogos em sinal aberto

Proposta para a nova competição apresentada esta quinta-feira. CEO da empresa promotora não avançou quantos clubes confirmaram participação.

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Ideia foi suspensa após críticas generalizadas Reuters/DADO RUVIC

Foram precisas apenas duas horas após ser conhecida a decisão judicial que abriu a porta à realização da Superliga europeia para que a A22 Sports Management, promotora da competição, apresentasse o modelo da nova prova. O presidente executivo da empresa, Bernd Reichart, deixou a promessa de jogos em sinal aberto, não revelando, para já, quantos clubes confirmaram a participação.

“A nossa proposta tem de ser convincente e pedimos que os clubes nos ajudem a moldá-la. Há clubes que estão muito interessados na nossa proposta, não queremos dividir o futebol”, reiterou o responsável. Uma das preocupações de Bernd Reichart foi deixar claro que esta será uma competição guiada pela meritocracia e não pelo poder financeiro.

O responsável da A22 foi ainda vago quanto ao financiamento da prova: antes de ser suspensa, seria o banco norte-americano de investimento JPMorgan Chase a suportar os custos desta nova ideia, com um bolo de receitas na ordem dos 3,5 mil milhões de euros. Agora, Bernd Reichart diz que o financiamento será centrado nos fãs, escudando-se nas receitas publicitárias geradas pela transmissão dos jogos em sinal aberto para milhões de adeptos.

Três níveis

Como se organiza, então, esta competição? Vão existir três níveis distintos: estrela, dourado e azul. No primeiro e segundos grupos, os mais apetecíveis, vão estar 16 clubes divididos em dois grupos de oito. Já no nível azul estão 32 clubes divididos em quatro grupos de oito. Cada clube jogará uma partida em casa e outra fora com os restantes sete adversários do grupo, num total de 14 jogos.

Depois desta fase de grupos, avançam para a fase a eliminar os quatro líderes dos grupos do nível estrela, acontecendo o mesmo na categoria dourada. Já no nível azul, apuram-se os dois primeiros classificados de cada grupo. Os jogos começam nos quartos-de-final e as eliminatórias disputam-se a duas mãos. No final da competição, será coroado um vencedor no nível estrela, outro no dourado e um terceiro no azul.

A grande diferença desta competição para o formato da Liga dos Campeões prende-se com a existência de subidas e despromoções. Os finalistas da categoria dourada são promovidos para o nível estrela, enquanto os dois últimos do grupo de elite são despromovidos. O mesmo acontece entre o nível dourado e o azul.

Anualmente, 20 dos 32 clubes do grupo azul são substituídos por outros, numa troca que terá por base os resultados domésticos.

No caso do futebol feminino, há 32 clubes divididos em duas categorias: estrela e dourado. No total, cada nível terá dois grupos com oito emblemas. Também aqui vão existir subidas e despromoções, à semelhança do formato masculino.

Decisão abriu porta à Superliga

Esta quinta-feira, uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) abriu novamente as portas à realização da Superliga europeia. O acórdão apontou um abuso da posição dominante de FIFA e UEFA na posição conjunta contra a realização da prova.

A ideia para a competição foi apoiada por 12 clubes fundadores: AC Milan, Arsenal, Atlético Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham. Destes, apenas Barcelona, Real Madrid e Juventus não se retiraram do projecto.

Em reacção à decisão desta quinta-feira, a UEFA permanece confiante de que o acórdão do TJUE não significa necessariamente que a Superliga tenha luz verde para avançar. Esta entidade diz que foi exposta uma lacuna existente no quadro de pré-autorizações da UEFA entretanto corrigida, algo que inviabiliza a realização da prova.

A UEFA continua firme no seu compromisso de defender a pirâmide do futebol europeu, garantindo que esta continua a servir os interesses mais amplos da sociedade. Continuaremos a dar forma ao modelo desportivo europeu em conjunto com federações nacionais, ligas, clubes, adeptos, jogadores, treinadores, instituições da UE, governos e outros parceiros, pode ler-se no comunicado publicado no site.

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