Superliga Europeia: uma prova milionária para milionários

O essencial sobre a nova competição que está a gerar profundas divisões no futebol continental.

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Juventus e Barcelona são dois clubes envolvidos na nova Superliga Albert Gea/REUTERS

O que é a Superliga Europeia?
É uma nova competição de clubes do futebol europeu que se prevê que venha a integrar 20 equipas e que irá funcionar à margem da UEFA. Quinze terão lugar garantido todas as épocas, as outras cinco serão convidadas em cada temporada de acordo com critérios que ainda não são conhecidos.

Quem são os fundadores?
Já se conhecem 12. Três espanhóis (Real Madrid, Atlético Madrid e Barcelona), três italianos (AC Milan, Inter Milão e Juventus) e seis ingleses (Manchester United, Manchester City, Arsenal, Chelsea, Liverpool e Tottenham). O número de clubes fundadores será de 15, mas ainda não se conhecem os outros três. Diversos relatos davam conta de convites feitos a PSG, Bayern Munique e Borussia Dortmund, que os terão rejeitado. Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, será o primeiro presidente desta Liga.

Qual será o formato?
Do que já foi divulgado, as 20 equipas serão distribuídas em dois grupos de dez e cada uma fará 16 jogos na fase de grupos. Os três primeiros de cada grupo qualificam-se para os quartos-de-final, os quartos e quintos classificados irão disputar um play-off para preencher as duas restantes vagas. Depois serão quartos-de-final e meias-finais a duas voltas antes da final de jogo único. No total, esta nova competição terá 197 jogos.

Quando vai começar?
Da forma como as coisas estão, e não havendo nenhum retrocesso, o mais provável é que a Superliga europeia arranque já em Agosto de 2021.

Quanto vão ganhar os participantes?
Muito. Há um bolo de 3,5 mil milhões de euros que será repartido entre os clubes fundadores antes de ser dado o primeiro pontapé na bola. À cabeça, cada clube irá receber entre 200 e 300 milhões de euros. Com todos os acordos comerciais que irão acontecer com esta Superliga (patrocínios e transmissões televisivas), as receitas para os envolvidos irão superar em muito o que as melhores equipas recebem actualmente na Liga dos Campeões.

Quem financia isto?
O banco norte-americano de investimento JPMorgan Chase, esses grandes fanáticos de futebol, está por trás disto. Segundo conta o Financial Times, o negócio foi estruturado da seguinte forma: o JPMorgan financia o projecto com uma dívida contraída a 23 anos, com juros entre 2 a 3%, tendo como garantia as receitas dos direitos televisivos, estando acordado que os clubes paguem 264 milhões de euros por época.

O que é que vai acontecer?
Para já, as meias-finais da Liga dos Campeões e da Liga Europa, onde estão cinco dos clubes envolvidos nesta secessão, vão acontecer. Depois disso, tudo é possível. Pode haver acordo entre o grupo dos 12 e a UEFA, pode não haver, pode haver desistências, pode até dar-se o caso de haver alguns arrependidos que desistam. Os próximos meses vão ser muito animados.

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