Recibos verdes na função pública atingem recorde no primeiro semestre de 2023

No final de Junho, a administração pública tinha 18.707 pessoas a recibos verdes, mais 9,2% do que no primeiro semestre de 2022 e o número mais alto desde o início da série.

Foto
Ministério do Trabalho, liderado por Ana Mendes Godinho, era o que empregava mais pessoas a recibos verdes Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
02:28

No final do primeiro semestre de 2023, os serviços e organismos públicos tinham 18.707 trabalhadores a recibos verdes, o valor mais alto desde 2011, quando a Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) iniciou a publicação destas estatísticas.

O boletim publicado nesta segunda-feira revela que o número de contratos de prestação de serviço aumentou 9,2% em relação ao primeiro semestre de 2022 e 16% face ao semestre anterior.

A administração central tinha 10.585 trabalhadores a recibos verdes (mais 11% face ao período homólogo). O Ministério do Trabalho é o que tinha o maior número de pessoas nesta situação (6530), seguido pelo Ministério de Justiça (1087) e pelo Ministério da Economia e do Mar (736).

Na administração regional e local, o número de prestadores de serviços totalizava 8122, representando uma subida homóloga de 6,9%.

A DGAEP não explica a que se ficou a dever o número recorde de recibos verdes no Estado, ou os aumentos registados, e apenas dá conta de que a maioria dos trabalhadores (60,1%) estava na modalidade de tarefa.

“Esta modalidade predominou nas entidades da administração central, enquanto nas entidades da administração regional da Madeira e da administração local foi maior o número de prestadores de serviços com contratos de avença (55,0% e 58,9% do total, respectivamente)”, lê-se no documento.

As estatísticas agora publicadas vêm confirmar o elevado envelhecimento dos trabalhadores do Estado em praticamente todas as carreiras.

Entre Dezembro de 2011 e Junho de 2023, a idade média dos trabalhadores da administração pública aumentou 4,6 anos (de 43,6 anos, em 2011, para 48,3 anos, em 2023)

As carreiras de oficial dos registos e notariado e da administração tributária e aduaneira apresentavam as idades médias mais elevadas (57 e 55,1 anos, respectivamente), enquanto as carreiras das forças armadas (34,5 anos), de bombeiro (40,5 anos) e médica (41,3 anos) detinham as idades médias mais baixas.

A 30 de Junho de 2023, destaca a DGAEP, “65,7% dos postos de trabalho das administrações públicas correspondiam a trabalhadores com 45 e mais anos”.

Sugerir correcção
Ler 7 comentários