Colômbia oferece-se para organizar cimeira da biodiversidade em 2024

País está “na vanguarda da conservação e uso sustentável da biodiversidade”, disse o secretário executivo da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica.

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Susana Muhamad, a ministra colombiana do Ambiente, anunciou a oferta na COP28 Thaier Al-Sudani/REUTERS
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A Colômbia ofereceu-se para acolher em 2024 a conferência das Nações Unidas da Biodiversidade, que junta os países signatários do Tratado sobre a Diversidade Biológica. O país latino-americano resolve assim o problema criado depois de a Turquia ter anunciado que não conseguiria acolher a conferência por causa dos grandes sismos de Fevereiro de 2023.

Organizar a COP16 – que decorre a cada dois anos – representa “uma grande oportunidade, como a terceira nação com maior diversidade biológica por hectare no mundo”, disse a ministra do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável colombiana, citada num comunicado da Convenção da Biodiversidade. Estão identificadas mais de 67 mil espécies de animais e plantas neste país que abarca parte da floresta amazónica.

“Fizemos a oferta, estamos à espera de resposta da comissão que define onde será a conferência”, declarou a ministra Susana Muhamad, presente na conferência do clima das Nações Unidas (COP28, que junta os signatários do Tratado sobre as Alterações Climáticas), que está a decorrer no Dubai.

Na COP28, a Colômbia destacou-se como um líder ambiental ao tornar-se o 10.º país a assinar o tratado de não-proliferação de combustíveis fósseis. O país é, no entanto, o quinto maior exportador de carvão do mundo, e o petróleo representa cerca de 13% dos rendimentos do Governo na última década, contando com os impostos, taxas e royalties do sector, segundo um relatório deste ano da Agência Internacional de Energia.

“A Colômbia está na vanguarda da conservação e uso sustentável da biodiversidade”, comentou David Cooper, o secretário executivo em funções da Convenção sobre a Diversidade Biológica. O país é “um exemplo inspirador de como envolver povos indígenas e comunidades locais” na defesa da biodiversidade, e seria uma óptima localização para a conferência que junta mais de 190 países, organizações com o estatuto de observadoras, grupos juvenis e da sociedade civil, cientistas e público em geral.

Na última conferência da biodiversidade – excepcionalmente realizada em duas partes, uma remotamente, em Kunming, na China, e a última, em formato presencial, no Canadá, em Dezembro do ano passado, por causa da pandemia – foi alcançado um acordo que deverá guiar a acção dos países para travar e reverter a perda da natureza.

O Acordo de Kunming-Montreal pretende que seja protegido 30% do planeta e restaurados 30% dos ecossistemas degradados até 2030.

Outros objectivos prendem-se com a partilha justa e equitativa dos benefícios económicos que possam resultar da exploração do uso de recursos genéticos de organismos naturais, para incentivar a conservação da natureza, bem como a biossegurança e a protecção dos direitos dos povos indígenas.

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