Forte sismo faz mais de 3800 mortos na Turquia e na Síria. Total pode ser superior a 20 mil, diz OMS

Equipas de resgate continuam a retirar pessoas dos escombros. O abalo ocorreu às 4h17 no Sudeste da Turquia, mas já se registam novos abalos, que fazem temer o agravamento da tragédia.

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Destruição causada pelo sismo desta segunda-feira, que atingiu o Sul da Turquia GETTY IMAGES
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Sismo afectou várias cidades da Síria REUTERS TV/Reuters
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O sismo atingiu o Sul da Turquia REFIK TEKIN/EPA
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Veículos danificados após sismo em Diyarbakir, Turquia DENIZ TEKIN/EPA
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Turquia SERTAC KAYAR/Reuters
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Síria MAHMOUD HASSANO/Reuters,MAHMOUD HASSANO/Reuters
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Jandaris, Síria KHALIL ASHAWI/Reuters
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A destruição causada pelo sismo em Azaz, Síria MAHMOUD HASSANO/Reuters
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Edifício desabado em Malatya, Turquia EPO PHOTOS/Reuters
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Turquia EPA/YAHYA NEMAH

Um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu na madrugada desta segunda-feira o Sul da Turquia. Pelas 18h de Portugal continental, já tinham sido confirmados mais de 3800 mortos naquele país e na Síria. O sismo foi seguido por uma forte réplica de 6,7 e já se registaram dois novos abalos, com epicentro no centro da Turquia, pouco depois das 10h de Portugal continental (13h locais), com magnitudes de 7,7 e 5,7.

As equipas de busca e salvamento estão à procura de sobreviventes entre os escombros de milhares de edifícios e o número de vítimas mortais vai continuar a subir nas próximas horas e dias. Catherine Smallwood, responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa, diz que a contagem pode ultrapassar as 20 mil mortes, tendo em conta os trabalhos de resgate em curso e o risco de mais colapsos de edifícios na região afectada.

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Mais de 2200 mortos na Turquia e na Síria depois de sismo "muito forte". Líbano, Iraque, Chipre, Israel e até Egipto também sentiram o tremor.

Reuters,Carolina Pescada

"Costumamos ver aumentos na ordem de oito vezes os números iniciais", disse Smallwood à Agência France-Press. “Infelizmente, vemos sempre a mesma coisa com os terramotos, os relatos iniciais do número de pessoas que morreram ou que ficaram feridas vão aumentar significativamente na semana que se segue".

No mais recente balanço, as autoridades turcas confirmam 2379 mortos. Na Síria, devastada por mais de onze anos de guerra civil, pelo menos 1444 pessoas perderam a vida e mais de 3500 ficaram feridas em várias cidades. O Ministério da Saúde do país registou mais de 590 mortes nas cidades controladas pelo Governo. Nas zonas controladas pelos rebeldes, o número de mortes chega agora a 700, segundo informações das equipas de resgate citadas pela Reuters.

O porta-voz do gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assistência Humanitária (OCHA), Madevi Sun-Suon, disse à Reuters que é muito provável que o número de vítimas mortais aumente porque muitas pessoas estão ainda presas nos escombros. Pelo menos 170 edifícios ficaram danificados no noroeste da Síria.

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O abalo ocorreu às 4h17 (1h17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantepe, no Sudeste da Turquia, perto da fronteira síria, com a origem a uma profundidade de 17,9 quilómetros. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), minutos após o primeiro sismo, outro abalo de 6,7 graus na escala de Richter foi registado a 9,9 quilómetros de profundidade.

Num relatório entretanto publicado, o USGS diz que há uma grande probabilidade (47%) de o número total de mortos ser entre mil e dez mil.

Os sismos foram sentidos em várias cidades, avançou o canal de televisão turco TRT Haber. Vídeos publicados nas redes sociais mostraram prédios destruídos em várias cidades do Sudeste do país.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, escreveu no Twitter que “equipas de busca e resgate foram enviadas de imediato” para as áreas afectadas. “Esperamos superar este desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de danos”, escreveu. "Não sabemos qual será o número total de vítimas", admitiu Erdogan. O vice-Presidente, Fuat Oktay, disse em conferência de imprensa que mais de 1700 edifícios tinham ruído em dez províncias, mas esse número já terá subido para mais de 2800.

Na Síria a situação é "desastrosa" e os serviços de emergência não têm mãos a medir para enfrentar o nível de destruição registado em alguns locais. Cidades como Alepo, Idlib e Raqqa foram fortemente afectadas pelo sismo.

Os abalos foram sentidos nos vizinhos Líbano, Iraque, Chipre e Israel, mas igualmente em países mais longínquos, como o Egipto. Segundo revela o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) em comunicado, o sismo foi também registado na estação sísmica de Moncorvo, em Bragança.

Terramoto foi um dos mais fortes dos últimos 100 anos

A Turquia está situada numa das zonas sísmicas mais activas do mundo. O sismo desta segunda-feira foi um dos mais fortes em 100 anos, a par do que abalou Erzincan, no leste da Turquia, em 26 de Dezembro de 1939, também com magnitude de 7,8 na escala de Richter. Este terremoto de 1939 deixou mais de 32 mil mortos e provocou um tsunami no Mar Negro, localizado a cerca de 160 quilómetros do epicentro.

O terramoto que provocou mais mortos nos últimos 50 anos, com uma magnitude de 7,4 na escala de Richter, ocorreu a 17 de Agosto de 1999 e o seu epicentro foi localizado em Izmir, no noroeste do país, com cerca de 17 mil mortos, 500 mil desabrigados, 45 mil feridos e 15 milhões de afectados.

O último tremor que tinha causado mais de uma centena de mortes na Turquia ocorreu a 30 de Outubro de 2020, com magnitude 6,8 e epicentro no mar Egeu, a 60 quilómetros ao sul da cidade de Izmir. No total, 115 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas na Turquia e outras duas morreram na ilha grega de Samos.

Em 6 de Setembro de 1975, 3 mil pessoas morreram após um terramoto de 6,8 graus ocorrido em Lice, na região turca da Anatólia. Mais de 4 mil pessoas morreram num sismo com magnitude de 7,6 na província de Van, perto da fronteira com o Irão, que causou os maiores danos em Caldiran e Muradiye, em 24 de Novembro de 1976.

Já em 30 de Outubro de 1983, um sismo de magnitude 7,1 deixou mais de 1300 mortos em Erzurum, no leste da Anatólia. Em 17 de Agosto de 1999, um tremor de magnitude 7,4 com epicentro em Izmir, no noroeste da Turquia, também sentido em Istambul, deixa cerca de 17 mil mortos, 500 mil desabrigados, 45 mil feridos e 15 milhões de afectados.

Em 12 de Novembro de 1999, um terremoto de magnitude 7,2 com epicentro em Duzce, no noroeste do país, causou cerca de 900 mortos e quase 5.000 feridos. As populações mais afectadas foram Bolu, a capital da província, Kaynasli e Duzce. Nos últimos 50 anos, não há precedente na Síria de um terramoto que tenha causado tantas vítimas e danos como o que foi registado esta segunda-feira.

Portugal disponibiliza ajuda

O primeiro-ministro, António Costa, manifestou esta segunda-feira consternação pelas vítimas e todos os afectados pelo terramoto que assolou a Turquia e a Síria e salientou que Portugal está solidário e disponível para ajudar.

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, adiantou que o país mostrou disponibilidade à União Europeia para integrar equipas de resgate e e emergência médica. "Neste momento há já 11 países que mobilizaram meios para apoiar a Turquia, no quadro do Mecanismo Europeu de Protecção Civil. Nós também já transmitimos a nossa disponibilidade à União Europeia, para integrarmos essa equipa de apoio, nomeadamente ao resgate e no quadro de emergência médica", afirmou.

O INEM também foi colocado em prontidão e está disponível para participar nas operações de resgate nos territórios afectados, anunciou o Ministério da Saúde. “A activação das equipas de emergência será sempre articulada entre as instituições europeias e as autoridades dos territórios afectados”, refere em comunicado o Ministério da Saúde.

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, expressa no comunicado a sua “total solidariedade” e lamenta profundamente as vítimas do terramoto, sublinhando ainda que está a acompanhar a resposta à catástrofe provocada pelo terramoto.

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