Sobe para 81 o número de mortos em sismo na Turquia

Homem de 70 anos encontrado com vida debaixo dos escombros e duas crianças retiradas dos escombros. Total de mortos ascende a 64, incluindo os dois adolescentes que morreram na ilha grega de Samos.

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Operações de resgate em Esmirna, na Turquia Reuters/KEMAL ASLAN
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Reuters/KEMAL ASLAN

Subiu para o 81 número de mortos na Turquia causados pelo forte sismo que abalou a costa do mar Egeu na passada sexta-feira, anunciaram este domingo as autoridades turcas, que contabilizam ainda mais de 900 feridos. 

As equipas de resgate na Turquia procuram há dois dias sobreviventes nos destroços dos edifícios que colapsaram com o sismo de magnitude 7 na escala de Richter, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). As autoridades turcas, por seu lado, referem que o sismo foi de magnitude 6.6.

Durante as operações de salvamento deste domingo em Esmirna, a terceira maior cidade da Turquia, com mais de três milhões de habitantes, foi encontrado com vida um homem de 70 anos, que esteve 33 horas preso nos escombros, segundo a Reuters. Já nesta segunda-feira, foram retiradas com vida duas crianças.

O homem, identificado como Ahmet Citim, estava debaixo dos destroços de um dos 20 edifícios residenciais que ficaram destruídos no distrito de Bayrakli, em Esmirna, e foi transportado para o hospital, onde recebeu a visita do ministro da Saúde turco, Fahrettin Koca, que garante que Citim está a recuperar favoravelmente.

Dos 940 feridos registados até ao momento na Turquia, mais de de 700 já tiveram alta hospitalar, estando oito internados em unidades de cuidados intensivos, revelou o ministro Fahrettin Koca, que, entanto, realçou que não existem dados claros sobre o número de pessoas que ainda estão soterradas, pelo que é expectável que o número de vítimas ainda possa aumentar nos próximos dias.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, por seu lado, revelou no sábado que já foram resgatadas mais de cem pessoas dos escombros e garantiu que o Governo turco está “determinado a sarar as feridas dos nossos irmãos e irmãs em Esmirna”.

Os serviços de emergência turcos adiantaram que foram montadas mais de três mil tendas e 13 mil camas que vão servir como abrigo temporário para as pessoas afectadas pelo terramoto. O vice-presidente turco, Fuat Oktay, acrescentou ainda que mais de 26 edifícios danificados pelo sismo terão de ser demolidos, juntando-se assim aos prejuízos que estão a ser calculados pelo executivo.

Desde o sismo de sexta-feira, já se registaram mais de 900 réplicas, 42 delas de magnitude superior a 4 na escala de Richter, um fenómeno comum na Turquia e também na Grécia, localizadas numa intersecção de várias falhas sísmicas.

O terramoto também causou estragos na ilha grega de Samos, onde morreram dois adolescentes devido à queda um muro que ruiu. Há ainda registo de oito feridos, tendo a ilha, onde vivem mais de 45 mil pessoas, sido atingido por um tsunami de pequena dimensão na sequência do sismo, causando inundações e estragos em vários edifícios.

Num sinal de solidariedade, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis deu as suas condolências a Erdogan, sublinhando que “apesar das diferenças” os dois países “precisam de estar unidos” nesta fase. O Presidente turco retribuiu e destacou a “importância de dois vizinhos demonstraram solidariedade em tempos difíceis”.

Nos últimos meses, a tensão entre Turquia e Grécia tem vindo a subir, com os dois países envolvidos numa disputa no Mediterrâneo sobre os limites de zonas marítimas ricas em gás natural reivindicadas por Ancara e Atenas.

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