Mulheres assinam maioria dos artigos científicos como primeiro autor em Portugal

Apesar destes resultados, a maioria das publicações tem homens como último autor, posição que geralmente identifica o líder da investigação publicada.

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Entre 2018 e 2022, a maioria das publicações científicas em Portugal teve mulheres como primeiro autor Manuel Roberto
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As mulheres que fazem investigação em Portugal assinam artigos científicos como primeiro autor mais do que os homens, revelam estatísticas oficiais referentes ao período 2018-2022.

Segundo os dados da Direcção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), que publicou recentemente o relatório Produção Científica Portuguesa, 2018-2022: Indicadores de Género, 53% dos primeiros autores de artigos científicos são mulheres.

A DGEEC cinge-se a estatísticas sobre os investigadores com filiação numa instituição científica portuguesa e que têm publicações (como artigos científicos, sobretudo) indexadas na base de dados Web of Science, que agrega os trabalhos publicados em milhares de revistas científicas em todo o mundo.

Ao contrário das mulheres, os homens estão em maioria como último autor (55%), autor de correspondência (51%) e autor único (58%) de publicações científicas.

São também os homens que assinam, mas no período 2018-2021, mais artigos científicos nas áreas das ciências da engenharia e tecnologia (55%) e humanidades e artes (51%), ao passo que as mulheres lideram enquanto autoras de publicações nos domínios das ciências médicas e da saúde (61%), ciências agrárias e veterinárias (59%) e ciências sociais (52%).

De acordo com a DGEEC, o número de publicações científicas com autores com filiação portuguesa ascendia a 26.129 em 2018 e a 29.639 em 2022. Em 2021, fruto da pandemia da covid-19, que acelerou a partilha de conhecimento científico para responder a uma crise sanitária global, o número destas publicações disparou para 31.722.

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