A carne portuguesa é rainha neste restaurante Emblemático de Lisboa

Só há carne na ementa com promessa de grande qualidade. Todos os cortes são de raças nacionais de denominação de origem protegida, com destaque para a Costela Mendinha.

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Vazia alta acompanhada do alho francês agridoce com requeijão de Seia Diogo Batista
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Tártaro Diogo Batista
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Espaço do restaurante Diogo Batista
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Não é um restaurante para quem não come carne, isso é certo. A afirmação não vem de um preconceito, mas de uma análise rápida pela carta, mal nos sentamos no Emblemático. É um dos mais recentes restaurantes de Lisboa dedicados exclusivamente à carne. Prometem distinguir-se pelos cortes nacionais, com acompanhamentos fora da caixa e foco nos ingredientes com denominação de origem protegida.

Se é para comer carne, quando o planeta nos grita para reduzirmos o consumo de proteína animal, fazemo-lo com qualidade. É também essa a premissa do novo espaço na Rua de São Paulo, em Lisboa. A artéria é uma das mais movimentadas em restauração naquela zona ribeirinha e há de tudo um pouco: hamburguerias, petiscos, mexicanos, italianos e sushi. Contudo, faltavam restaurantes portugueses, dizem os sócios João Moreira e Rita Côrte-Real que abriram o Emblemático nesta Primavera.

Nem sempre foi a cozinha portuguesa a inspirar o projecto. Os dois empresários conheceram-se no restaurante de sushi onde João trabalhava anteriormente e uniram forças com a ideia de abrir um espaço dedicado a essa especialidade japonesa. Todavia, acabou por ser o espaço a decidir o rumo do Emblemático. “Foi o pressentimento que tive quando cá vim. Já há aqui muita comida étnica e até havia carnes, mas pareceu-me que faltava uma coisa bem portuguesa”, insiste Rita Côrte-Real.

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O espaço do restaurante Emblemático na Rua de São Paulo Diogo Batista

Pela localização, reconhecem, têm sido sobretudo procurados por turistas, apesar de se ouvir falar português em algumas das mesas, num serão de sexta-feira movimentado. “Cada vez mais temos tido portugueses. E quando vêm, têm repetido”, adianta João, dizendo que essa é a maior prova da qualidade do serviço.

É que a ementa, declara o empresário, “não tem grandes segredos”: “É carne grelhada com sal”. Assim dizendo pode parecer simplista, mas a “diferenciação” está na carne que foi escolhida. São apenas raças nacionais de denominação de origem protegida (DOP). “Percebemos que as carnes que existiam na maior parte dos restaurantes em Lisboa, embora até possam ser de criação nacional, são de origem estrangeira, como Angus”, nota João Moreira, um viseense apaixonado por esta temática.

Costela Mendinha Diogo Batista
Vazia alta Diogo Batista
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Costela Mendinha Diogo Batista

Costela, a estrela da casa

Em destaque, a Costela Mendinha (40€ por 700 gr) que tem feito as delícias dos fregueses, “por ser algo difícil de encontrar em Lisboa” e um prato mais comum no norte do país, de onde vêm “80% das carnes”. A peça é cozida lentamente entre oito a 12 horas e depois grelhada ao sal.

Entre os favoritos, está também a vazia alta — uma espécie de costela, servida com osso e ao quilo (65€/kg). “Temos duas raças diferentes, a grande e a pequena, que é um vitelo jovem. Então a carne é quase branca. Até temos alguns clientes que acham que é porco”, conta Rita. Há, ainda, acém, lombo, bife tártaro e secretos de porco preto, a única proposta que não é carne de vaca na ementa.

Beringela grelhada com espinafres DR
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Beringela grelhada com espinafres DR

E se nas carnes não há “segredos” é nos acompanhamentos (todos entre 4€ a 6,5€) que mais arriscaram, com foco também nos produtos DOP, do queijo da ilha que dá vida a um risoto de cogumelos à portuguesa até ao requeijão de Seia, que é servido com alho francês agridoce. As opções mais gulosas são o puré de batata-doce trufado, que tem sido um dos predilectos como adiantam João e Rita, ou a beringela grelhada com espinafres e rega de iogurte.

Por fim, porque nem só de carne vive o homem, as sobremesas também giram em torno da matriz portuguesa. Há brisa de lis com redução de frutos vermelhos (4,5€), mousse de chocolate (5€) ou a clássica tarte de amêndoa (6€).

A ambição foi sempre ter um restaurante português, mas sem “aquele ambiente antiquado”, defendem. Com toques de modernidade, especialmente nos empratamentos e nos acompanhamentos, e mesmo com a sala cheia de turistas, “é uma casa portuguesa, com certeza”.


A Fugas jantou a convite do Emblemático.

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