Governo defende representação de trabalhadores nas administrações de grandes empresas

Mecanismo deve ser encontrado “através dos sindicatos, da negociação” e da regulamentação colectiva de trabalho, segundo a ministra da tutela, Ana Mendes Godinho.

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Ana Mendes Godinho esteve este sábado na Conferência Comemorativa do 45.º Aniversário da UGT LUSA/FILIPE AMORIM

A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, defendeu este sábado, na Conferência Comemorativa do 45.º Aniversário da central sindical UGT, a criação de "mecanismos de inclusão" dos representantes dos trabalhadores na administração das grandes empresas.

"Temos sempre novos reptos pela frente e, neste momento em que celebramos os 50 anos do 25 de Abril, precisamos de dar mais passos nesta democratização nos locais de trabalho", disse a governante na sessão de encerramento do evento em Lisboa, defendendo "a capacidade de encontrar mecanismos de inclusão dos representantes dos trabalhadores na administração das grandes empresas".

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social lembrou ainda que, para que isto "aconteça", deve garantir-se que "há diálogo social". "E o instrumento deve ser [feito] através dos sindicatos, da negociação e dos IRCT - Instrumento de Regulamentação Colectiva de Trabalho", sublinhou a governante.

Na sua intervenção, na conferência "A Concertação Social em Portugal e o Papel da UGT", Ana Mendes Godinho referiu ainda que o número de IRCT aumentou 54% durante 2023, o que se deveu "às medidas criadas pelo Governo" no âmbito do Acordo de Rendimentos para "discriminar positivamente" as empresas que têm "diálogo social activo".

"Diálogo social activo é democracia nos locais de trabalho. É isso que cada vez mais precisamos de incentivar, porque esse é também o caminho para o aumento da competitividade das empresas", adiantou.

"Trabalhadores com mais direitos são melhores trabalhadores. São trabalhadores que participam e aumentam a competitividade e o crescimento das empresas", sublinhou a ministra.

Por seu turno, o secretário-geral da UGT, Mário Mourão, afirmou que a UGT é "uma central sindical plural", defensora de um "sindicalismo reformista", de "participação", de "proposição" e que defende um modelo de desenvolvimento económico e social assente no "diálogo social e na negociação".

O dirigente sindical considerou também que a concertação social "é a base para a coesão", para um "clima de paz social" e para uma "mais efectiva" implementação de políticas.

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