Putin anuncia para 2027 primeiro segmento da nova estação espacial russa

O sector espacial russo sofre há anos problemas de financiamento, escândalos de corrupção e desastres.

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Conferência de imprensa de Putin Reuters/SPUTNIK

O Presidente russo afirmou na quinta-feira que o primeiro segmento da estação espacial que Moscovo tenciona construir para substituir a Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) deve ser colocada em órbita em 2027, prometendo prosseguir a conquista do espaço apesar dos fracassos recentes.

A Federação Russa anuncia, desde Julho de 2022, a sua intenção de se retirar da Estação Espacial Internacional, onde os seus astronautas (cosmonautas, na designação russa) estão em permanência e na qual assume um papel-chave.

A criação de uma estação orbital russa foi então anunciada como a prioridade para a agência espacial Roscosmos. "O objectivo é que não haja descontinuidade, que os trabalhos se desenrolem ao ritmo de esgotamento dos recursos da ISS", declarou Vladimir Putin, na quinta-feira, durante um encontro com técnicos do sector, transmitido pela televisão. "Em 2027, o primeiro segmento deve ser colocado em órbita", anunciou Putin.

O sector espacial russo sofre desde há anos problemas de financiamento, escândalos de corrupção e desastres. A Federação Russa não conseguiu em Agosto fazer alunar a sonda Luna-25, no que foi o fracasso da sua primeira missão para o satélite natural da Terra desde 1976.

"Os problemas... isso acontece. É um domínio de actividade muito complexo. Foi uma experiência negativa, mas que será utilizada para evitar erros", relativizou Putin, que prometeu manter o financiamento das missões para a Lua.

Por outro lado, chamou a atenção aos dirigentes do sector para que tratem do problema dos salários demasiados baixos da indústria espacial russa, se esforcem por atrair especialistas estrangeiros e envolvam mais as empresas privadas.

Modelo de cooperação internacional que reúne principalmente os EUA e a Federação Russa, a ISS começou a ser montada em 1998. A sua desactivação estava prevista para 2024, mas a NASA estimou que poderia funcionar até 2030.

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