TAP passa de prejuízo a lucro recorde de 203,5 milhões até Setembro

Num período em que movimentou mais de 12 milhões de passageiros, a TAP arrecadou receitas superiores a três mil milhões de euros, um aumento de quase 30% em relação a 2022.

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A TAP arrecadou receitas superiores a três mil milhões de euros entre Janeiro e Setembro de 2023 Nuno Ferreira Santos
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Num ano em que o turismo está a atingir números recorde em Portugal, a TAP está a melhorar quase todos os indicadores operacionais e financeiros e, no conjunto dos primeiros nove meses de 2023, registou um lucro de 203,5 milhões de euros. É um valor recorde. Em comparação, tinham sido registados em igual período do ano passado prejuízos de 90,8 milhões de euros.

Os resultados foram divulgados, nesta terça-feira, 24 de Outubro, pela companhia aérea, em comunicado enviado às redacções. “Nos primeiros nove meses de 2023, a TAP voltou a atingir um marco histórico para esse período, ao gerar um resultado líquido recorde de 203,5 milhões de euros, o mais elevado de sempre desde que são divulgados resultados trimestrais”, refere a empresa, salientando a capacidade para “ultrapassar tempos difíceis no actual panorama do sector da aviação”.

A impulsionar este resultado estiveram, sobretudo, as receitas arrecadadas pela companhia aérea numa altura em que os aeroportos nacionais também têm registado números recordes de passageiros. Ao todo, as receitas ascenderam a 3164 milhões de euros no conjunto de Janeiro a Setembro deste ano, valor que representa um aumento de 29,7% face aos primeiros nove meses do ano passado.

Isto num período em que a TAP movimentou mais de 12 milhões de passageiros, um crescimento de 19,5% em relação ao ano passado, aumentando também a taxa de ocupação média das aeronaves de 79,5% para 81,9%. Ao mesmo tempo, a receita média gerada por cada passageiro aumentou em mais de 15%, num período em que as receitas arrecadadas com as passagens aéreas aumentou em 34,5%, totalizando 2897 milhões de euros. Mesmo assim, os números ainda não recuperaram na totalidade do embate causado pela pandemia. Segundo o comunicado agora divulgado pela TAP, o número de passageiros transportados representa “94% dos valores alcançados em 2019”.

Por outro lado, a TAP também viu os custos operacionais aumentarem, reflexo não só dos maiores níveis de actividade, mas também do aumento dos gastos com pessoal, “devido à continuação da reposição da maioria dos cortes sobre as remunerações”. Em contrapartida, o custo com combustível reduziu-se, graças à queda do seu preço. Assim, os gastos operacionais totalizaram 2790 milhões de euros no conjunto dos primeiros nove meses do ano, um aumento de 21,6% face ao ano passado. Neste período, a TAP contava com 7548 pessoas no quadro do pessoal activo, mais 7,5% do que em 2022.

Ao mesmo tempo, a dívida financeira, incluindo empréstimos bancários, obrigações e passivos de locação com opção de compra, ascendia a cerca de 1439,5 milhões de euros no final de Setembro, o que representa uma redução de cerca de 11% em relação à dívida de 1620 milhões que se registava em Setembro do ano passado.

Esta redução fica a dever-se, essencialmente, ao reembolso de obrigações no valor de 200 milhões de euros e leva a uma diminuição da liquidez da companhia aérea para 768,8 milhões de euros. Mesmo assim, a empresa salienta a “posição de liquidez forte” que mantém.

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