Ataque a hospital em Gaza. Políticos que apoiam Israel “têm o sangue destas crianças nas suas mãos”

Centenas de pessoas morreram no ataque a hospital em Gaza. Guterres apela a um cessar-fogo humanitário imediato. Em Israel, Biden responsabiliza "a outra equipa". 

i-video

A autoria do ataque ao Hospital Árabe Al-Ahli, que matou centenas de pessoas, está ainda por apurar. O Hamas e a Autoridade Palestiniana acusam Israel, que sugere que a explosão foi resultado de um lançamento falhado de um rocket por parte da Jihad Islâmica. O grupo nega a acusação.

Ghassan Abu Sitta, um médico-cirurgião voluntário, da organização Médicos Sem Fronteiras, estava no hospital quando se deu o ataque. Tinha acabado de terminar uma cirurgia quando se ouviu uma “enorme explosão”. Ghassan descreve a brutalidade do cenário pós-ataque e aponta o dedo aos aliados de Israel. “Todos os políticos ocidentais que declararam apoio incondicional à guerra de Israel contra o povo palestiniano têm o sangue destas crianças nas suas mãos. A impunidade que Israel acredita que tem, graças aos seus aliados do Ocidente, é o que levou a este massacre.”

O presidente dos Estados Unidos da América chegou hoje a Telavive, onde se encontrou com o primeiro-ministro israelita para reforçar o apoio americano a Israel. Joe Biden sugere que Israel deve garantir que tem o que precisa para se defender. “E nós vamos garantir que isso acontece”, assegura. Biden assume ter ficado “profundamente triste e indignado com a explosão” no hospital em Gaza. “Com base no que vi, parece que foi feito pela outra equipa, não por vocês.” Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelita, agradeceu a Joe Biden o seu "apoio inequívoco".

O secretário-geral das Nações Unidas condenou o ataque ao hospital e apelou ao cessar-fogo humanitário imediato. “Estão em jogo demasiadas vidas e o destino de uma região inteira”, diz.