Activista climática condenada a multa de 250 euros

Activista foi detida após filmar manifestação no passeio que fazia parte do perímetro de segurança, diz polícia. “Estas detenções arbitrárias são inaceitáveis”, rebate porta-voz do protesto.

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Os activistas na manifestação de 15 de Setembro, em frente ao Ministério Público em Oeiras RODRIGO ANTUNES/LUSA
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Decorreu esta sexta-feira, no Tribunal de Oeiras, o julgamento de uma estudante detida por filmar na manifestação organizada pela Greve Climática Estudantil a 15 de Setembro. De acordo com um comunicado enviado esta tarde pelo colectivo Greve Climática Lisboa, a estudante foi condenada a uma multa de 250 euros.

Alice Gato, que pertence à Greve Climática Estudantil e estava a filmar a manifestação no passeio oposto, acabou por ser algemada e detida por um agente da PSP que não estava fardado. A activista foi detida pelo crime de desobediência e, de acordo com o comunicado da Greve Climática Lisboa, o seu telemóvel foi apreendido.

Um agente disse no local que o passeio fazia parte do perímetro de segurança da manifestação e os manifestantes não podiam estar ali, mas outros peões continuaram a passar pelo passeio e jornalistas também entrevistaram activistas ali, de acordo com a notícia do PÚBLICO sobre a manifestação.

Face à condenação de pagamento de multa, a porta-voz do protesto de 15 de Setembro, Beatriz Xavier, afirma que “estas detenções arbitrárias são inaceitáveis”. “Como é possível estarem a deter, algemar e condenar uma estudante por filmar um protesto?”, questiona ainda.

“Torna-se cada vez mais claro que o governo, a polícia e as instituições preferem reprimir-nos do que ouvir os estudantes que se manifestam por um futuro”, assevera a estudante. “No entanto, não vamos desistir: somos muitas e esta é a luta pelo nosso futuro, sabemos que temos a História e a ciência do nosso lado.”

A Greve Climática Lisboa relembra que esta é a segunda condenação de uma activista climática em Portugal, depois de quatro estudantes que estavam a ocupar a Faculdade de Letras de forma pacífica terem sido igualmente condenados a pagar multas.

A marcha de 15 de Setembro reivindicava a transição para electricidade 100% renovável até 2025, acabando com o uso do gás na produção de energia eléctrica, e, até 2030, o fim do uso dos combustíveis fósseis, responsáveis pelo aumento de gases com efeito de estufa na atmosfera e pelas alterações climáticas. Inicialmente convocado para a Cidade Universitária, o protesto foi movido para a frente do Tribunal de Oeiras em solidariedade com 16 estudantes da Greve Climática Estudantil que, no dia anterior, participaram numa acção de bloqueio do Conselho de Ministros.

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