MIL, para conversar e descobrir música entre o Beato e o Cais do Sodré

O festival e convenção lisboeta chega esta quarta-feira à 7.ª edição, com conversas, workshops e concertos com vários nomes nacionais e internacionais. Dura até sexta à noite.

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Festival MIL existe desde 2017 e vai para a sua 7.ª edição, com conversas, workshops e concertos com vários nomes nacionais e internacionais cortesia mil

"Descobre enquanto é segredo" é a frase de promoção do MIL, que é um festival e uma convenção de música lisboeta começado em 2017. A ideia do festival é mostrar às pessoas música, maioritariamente popular, mas não só, que podem ainda não conhecer, mas lhes poderá interessar no futuro, depois da descoberta durante o festival. Já a da convenção, para profissionais da área, é pensar sobre toda a indústria da música, através de conversas e workshops. Os bilhetes andam entre os 20€, para passes da convenção, e os 30€, para passes do festival, havendo também um passe combinado a 60€.

A 7.ª edição do MIL arranca esta quarta-feira, ainda só com a parte de convenção, onde também há um pouco de música, estendendo-se até sexta, no Hub Criativo do Beato. Já a parte da música, mais nocturna, essa, é só entre quinta e sexta, passando por espaços do Cais do Sodré como o Musicbox, o Roterdão, o Estúdio Time Out, o Lounge, o Titanic Sur Mer, o B. Leza e a Lisa, a nova sala de concertos irmã do bar Vago.

No primeiro dia, a parte de discussão, com oradores nacionais e internacionais, inclui temas como a invisibilidade (ou não) da cultura no discurso público, a sincronização musical, o mercado brasileiro, a descentralização da oferta cultural em Portugal, jornalismo e crítica cultural, ou a parentalidade nas artes. Há também actuações de Arianna Caselas y Kauê, Ela Li e Acid Acid.

Já na quinta-feira arrancam os concertos para o público geral, que arrancam às 19h30, com a banda de pós-hardcore do Montijo Hetta, no Musicbox. Passados 15 minutos, no B. Leza, temos a pop sofisticada e idiossincrásica do madeirense João Borsch. Às 20h, no Lounge, mostra-se a beleza da guitarra acústica e da voz da espanhola Amaia Miranda, de Bilbao. Ao mesmo tempo, o sueco radicado na Dinamarca Tex (Weerasinghe) mostra-se no Titanic Sur Mer. A noite prossegue com nomes portugueses como April Marmara, 5ª Punkada, Cobrafuma, o queercore de BBB Hairdryer, bem como Ana Lua Caiano ou Margarida Campelo. Do cartaz constam ainda o brasileiro a viver em Portugal Leo Middea, o trio pós-rock/dub francês Société Étrange, a russa a viver em França Jenys, o jovem espanhol Teo Planell, bem como os seus compatriotas Fearz e a saxofonista japonesa residente na Bélgica Shoko Igarashi.

Do Brasil, vamos poder ouvir a ainda adolescente paulista Bebé (Salvego), a pop electrónica com forró de Getúlio Abelha, do Ceará ou Julia Mestre, uma das vozes de Bala Desejo. De França vêm o duo Aita Mon Amour, que une a tradição antiga marroquina às máquinas, com Widad Mjama, e o produtor e instrumentista Khalil Epi, ou a franco-marroquina Hanaah Ouassim, percussionista, DJ e cantora. O restante cartaz é composto com o cabo-verdiano William Araujo, a londrina Jessica Winter e o duo darkwave holandês badtime.

Já na sexta-feira, a noite arranca, no Musicbox com a cantautora neerlandesa Krissy Mary, seguindo-se a rapper e cantora portuguesa em língua inglesa Libra, no B. Leza. No campo dos portugueses, temos Meia/Fé, colectivo lo-fi que une 80 Tu & Eu, Yung Xalana e casaxangai, Ricardo Crávidá, a hiperactividade entre pop, disco, jazz e rap de Femme Falafel, que canta dicas como "eu sou o Dizzy Gillespie e tu não me vais parar", Glockenwise, os roqueiros barcelenses detentores de um dos discos do ano, Gótico Português, Lucy Val, os vimaranenses Unsafe Space Garden, Bandua, Napa, o rapper Papillon, dos defuntos GROGNation, Éllàh Barbosa, a cabo-verdiana que acompanhou Dino D’Santiago, gravou com Branko e andou em digressão com Madonna, além de, na parte clubbing, Pedro da Linha e DJ Firmeza.

As atracções internacionais incluem os belgas Gaiko, DJ/produtor e Don Kapot, trio instrumental de baixo, saxofone e baixo/guitarra (e outros instrumentos e máquinas) cujo quarto disco, saído este mês, foi co-produzido por Greg Saunier, dos Deerhoof. Vindos de França, há o duo chileno-francês Cuarto Mundo, a pop indie de quarto de Paper Tapes, as camadas de máquinas, muitas construídas pelo próprio, e guitarras com som barato de YMNK. Da Grécia, um crooner bizarro chamado Johnny Labelle. Já o Brasil tem o trio de crossover thrash Black Pantera e DJ Maki. A macedónia Dina Jashari, fazedora de pop/r&b de quarto, os espanhóis Tristán!, Paco Moreno e "a autêntica rumba de agora" e Eurowitch, que faz reggaetón queer, e o duo darkwave checo Body of Pain são outros dos nomes.

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