Kim Jong-un deixa a Rússia enquanto Zelensky se prepara para ir aos EUA

Analista diz que a visita do líder norte-coreano é sinal do “fracasso” da política de Biden para a Coreia do Norte. Líder ucraniano vai ajudar a Casa Branca a dar-lhe mais 22,5 mil milhões de euros.

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Kim Jong-un ao despedir-se da Rússia, depois de seis dias de visita oficial GOVERNMENT OF PRIMORSKY KRAI/Reuters
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Kim Jong-un terminou no domingo a sua viagem de seis dias pelo extremo oriente da Rússia, onde visitou um centro espacial, fábricas de equipamento militar e outras instalações industriais. O ponto alto da visita foi, contudo, o seu encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, a quem prometeu apoio incondicional na sua “luta sagrada” contra a Ucrânia e o Ocidente.

As contrapartidas dessa amizade preocupam os Estados Unidas e a Coreia do Sul, que temem que a Coreia do Norte venha a obter tecnologia avançada russa em troca do fornecimento de armas e munições de que a Rússia precisa para a sua guerra na Ucrânia. Moscovo e Pyongyang negam ter feito tal negócio, admitindo apenas uma colaboração em tecnologia de satélites.

Mesmo que a visita de Kim não resulte em cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, a visita de alto nível do líder norte-coreano é um sinal do “fracasso” da política da Administração Biden em relação a Pyongyang, escreve o analista Josh Rogin, no Washington Post.

Em troca da sua promessa de “apoio total e incondicional à Rússia” na sua guerra na Ucrânia – que levará, muito provavelmente, à venda de munições que as forças russas estão necessitadas para combater na Ucrânia, Kim Jong-un conseguiu que o Kremlin anunciasse “o fim do regime multilateral de sanções tecnológicas militares que a Rússia apoiou (pelo menos retoricamente) durante décadas”, acrescentou Rogin.

É com esse pano de fundo que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, regressa esta semana os Estados Unidos. Aproveitando a sua presença na reunião anual da Assembleia-Geral das Nações Unidas, Zelensky deverá ser recebido provavelmente pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, na quinta-feira.

Segundo o Washington Post, a visita foi coordenada entre os dois chefes de Estado para reforçar a importância de o Congresso autorizar a Casa Branca a orçamentar mais 24 mil milhões de dólares (22,5 mil milhões de euros) suplementares de ajuda à Ucrânia.

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