Tempestade Hilary, o fenómeno raro que inundou a Califórnia

Houve cidades inundadas e recordes de precipitação batidos. No México, a tempestade matou pelo menos uma pessoa.

Um carro atravasse uma estrada inundada em Cathedral City, na Califórnia
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Um carro atravessa uma estrada inundada em Cathedral City, na Califórnia ALLISON DINNER/EPA
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Uma estrada inundada na Baixa Califórnia, no México, por causa da tempestade Hilary Alejandro Zepeda/EPA
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Uma estrada inundada em Palm Springs, na Califórnia Palm Springs Fire Department/Reuters
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Postes de electricdade caídos no estado mexicano da Baixa Califórnia Victor Medina/REuters
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Um carro submerso em Cathedral City, na Califórnia ALLISON DINNER/EPA
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Uma rua fechada em Cathedral City, na Califórnia, por causa da tempestade Hilary ALLISON DINNER/EPA

Enxurradas de água castanha, veículos meio submersos, árvores caídas e alguns recordes batidos: este é o rasto deixado pela tempestade pós-tropical Hilary no Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, ao longo desta segunda-feira. A tempestade tornou este ano ainda mais atípico para o estado norte-americano em termos de fenómenos extremos associados à precipitação, depois das fortes tempestades de Inverno.

“É bastante impressionante. Nunca vi nada como isto”, disse Sean Julian, de 54 anos, residente na cidade de Rancho Mirage, no Sul da Califórnia. “Estou a ver muitas mais árvores caídas. Há uma grande árvore que acabou de cair ali, e eu provavelmente não devia estar cá fora”, disse à agência Reuters.

Segundo a CNN, a última tempestade tropical a tocar a Califórnia foi a Nora, em 1997. Ao todo, 17 milhões de norte-americanos ficaram sob aviso de inundações e de ventos fortes. A tempestade afectou principalmente o Sudoeste e o Sul do estado.

“Neste momento temos inundações em todas as nossas estradas”, disse Grace Garner, a mayor de Palm Springs, uma das comunidades californianas mais fustigadas. “Não há como entrar ou sair de Palm Springs, e é o mesmo para a maioria do vale de Coachella. Estamos todos presos”, disse a responsável à CNN, citada pela Reuters.

Houve centenas de voos cancelados e muitas escolas fechadas, principalmente na região de Los Angeles. Mas são as pessoas mais vulneráveis que estão em maior risco. Perto do rio San Diego, as autoridades salvaram 13 pessoas que foram apanhadas numa inundação de um acampamento de pessoas que moram na rua.

“As condições meteorológicas são mais um factor de destruição na vida das pessoas sem-abrigo, quer seja o calor extremo que andámos a ter, quer seja a possibilidade desta tempestade tropical que traz toda esta chuva e vento”, disse Michael McConnell, defensor dos moradores de rua, durante uma conferência de imprensa, citado pela Reuters.

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As nuvens cercam o famoso letreiro de Hollywood Mario Anzuoni/Reuters

Chuva no deserto

A CNN avançava ainda com alguns recordes. O máximo de precipitação ocorreu no monte de São Jacinto, no condado de Riverside, onde houve 30 centímetros de precipitação por metro quadrado. Los Angeles e San Diego tiveram o seu dia de Verão mais chuvoso de sempre com 7,16 e 4,6 centímetros de chuva, respectivamente. O Vale da Morte, conhecido pelo calor e secura, teve o seu segundo dia mais chuvoso desde que há registos, com 4,27 centímetros de chuva, ficando pouco atrás do recorde de 4,32 centímetros de chuva obtido a 5 de Agosto de 2022.

Segundo as previsões, as regiões de deserto e da montanha poderiam obter entre 12 e 25 centímetros de água, tanta precipitação quanta aquela que o deserto pode receber ao longo de um ano.

“Virtualmente todos os recordes de chuva diária foram quebrados até agora”, lê-se numa publicação da conta de Twitter do departamento de Los Angeles do Serviço Nacional de Meteorologia. Segundo a publicação, até às 3h da madrugada, Lewis Ranch acumulou 17,88 centímetros de altura de água por metro quadrado e Lake Palmdale, que fica no deserto, acumulou 15,19 centímetros.

Uma pessoa caminha em Hollywood Boulevard ALLISON DINNER/EPA
Um morador da rua protege-se numa paragem de autocarro em Los Angeles ALLISON DINNER/EPA
Migrantes esperam num abrigo em Tijuana, no estado da Baixa Califórnia, no México Aimee Melo/Reuters
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Uma pessoa caminha em Hollywood Boulevard ALLISON DINNER/EPA

A 16 de Agosto, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos deu nome à tempestade tropical Hilary situada no oceano Pacífico, a oeste da Costa Rica. A tempestade progrediu e chegou a furacão de categoria quatro. Mas quando atingiu a península da Baixa Califórnia, no México, no domingo, já tinha baixado para uma tempestade tropical. No México, apesar de não ter feito muitos danos, acabou por matar um homem numa enxurrada.

Umas horas depois, a tempestade entrava nos Estados Unidos já como ciclone pós-tropical. A tempestade prosseguiu para o Nevada – a primeira tempestade tropical a atingir aquele estado, de acordo com a CNN – e estava previsto dissipar-se mais ao fim do dia, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, adianta a Reuters.

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