Nação Valente, de Carlos Conceição, e O Sangue, de Pedro Costa, são dois dos filmes portugueses que vão estar no Festival de Cinema de Melbourne, que começa esta quinta-feira naquela cidade da Austrália.

O festival cumpre a sua 71.ª edição, com uma selecção de filmes transversal nas geografias e nas temáticas, e com algumas produções portuguesas incluídas no programa.

No módulo dedicado a África e ao Médio Oriente figurará Nação Valente, filme que "invoca os fantasmas do passado colonial angolano" e que foi já premiado no Festival de Cinema de Locarno.

Na secção dedicada ao cinema da América Latina passará por sua vez A Flor do Buriti, da brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza, distinguido este ano em Cannes. O filme foi rodado com o povo Krahô, do Brasil, na terra indígena Kraholândia, onde aqueles dois realizadores já tinham feito Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos.

Junta-se-lhe na mesma secção Eureka, do argentino Lisandro Alonso, co-produção que junta México, França, Alemanha e Portugal, representado pela produtora Rosa Filmes. O filme é descrito pelo festival como um "tríptico de reflexões sobre o colonialismo passado e presente".

O festival australiano vai ainda exibir a primeira longa-metragem de Pedro Costa, O Sangue (1990), em cópia restaurada, e o filme As Filhas do Fogo, numa sessão de curtas-metragens dedicadas a "mestres" do cinema que também incluirá obras de Lucrecia Martel, Jean-Luc Godard, Pedro Almodóvar e Tsai Ming-liang.

Surfacing, da realizadora e investigadora italiana Rossella Schillaci, e co-produzido com Portugal, foi seleccionado para a secção dedicada à realidade imersiva e à realidade virtual, focando a realidade de mulheres com filhos a cumprirem sentenças em prisões italianas.

O Festival de Cinema de Melbourne estende-se por praticamente todo o mês de Agosto com sessões em salas de cinema e online.