Calor extremo: Itália ajuda empresas a proteger trabalhadores

Governo italiano aprovou decreto para ajudar empresas agrícolas e de construção a manter em casa os trabalhadores nas zonas com temperaturas muito elevadas. Medida deve custar 10 milhões de euros.

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Legislação italiana refere que as empresas podem solicitar o lay-off (normalmente para fazer face a uma quebra de actividade) por um período máximo de 52 semanas em dois anos, ou 90 dias por ano no sector agrícola. CasarsaGuru/GettyImages

A Itália anunciou esta quarta-feira medidas para ajudar as empresas afectadas por fenómenos climáticos extremos, numa altura em que o país sofre com uma vaga de calor no sul e tempestades violentas no norte.

O governo de direita de Giorgia Meloni aprovou um decreto para ajudar as empresas agrícolas e de construção a manter em casa os trabalhadores - que não podem trabalhar a partir de casa - nas zonas com temperaturas muito elevadas.

De acordo com a legislação italiana em vigor, as empresas podem solicitar o lay-off (normalmente para fazer face a uma quebra de actividade) por um período máximo de 52 semanas em dois anos, ou 90 dias por ano no sector agrícola.

O decreto agora aprovado permitirá que as empresas de construção civil e agrícolas, cuja actividade é amplamente afectada pela vaga de calor, utilizem este instrumento sem que as horas sejam contabilizadas nos limites globais. Uma versão preliminar do documento, vista pela Reuters, mostrava que o decreto tinha um custo de 10 milhões de euros para os cofres do Estado italiano.

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Incêndios florestais em Palermo, na região da Sicília, durante a vaga de calor desta semana EPA/Francesco Militello Mirto

“A medida será válida para este ano”, disse a ministra do Trabalho, Marina Calderone, após uma reunião do Conselho de Ministros.

Estado de emergência

A onda de calor que se abateu sobre a maior parte do Sul do país afectou particularmente a ilha da Sicília, que foi devastada por incêndios florestais que mataram três pessoas.

A Catânia, no sopé do Monte Etna, no Leste da Sicília, foi atingida por cortes no abastecimento de electricidade e água que as autoridades locais atribuíram em parte ao calor. A cidade está também a lutar para que o seu aeroporto volte a estar totalmente operacional, depois de um incêndio no início da semana passada ter causado enormes e contínuas perturbações.

O Governo está disposto a afectar cerca de 10 milhões de euros para reembolsar os bilhetes de avião e as reservas de hotel dos turistas sem cobertura de seguro, declarou o Ministro da Protecção Civil, Nello Musumeci.

Enquanto a vaga de calor se mantém no Sul, fortes tempestades em Milão e noutras cidades do Norte arrancaram telhados e centenas de árvores, bloqueando estradas, destruindo carros estacionados e perturbando os transportes.

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Estragos da tempestade em Milão, Itália MOURAD BALTI TOUATI/EPA

A região da Lombardia, em torno de Milão, já pediu ao governo que declarasse o estado de emergência e estimou os prejuízos em mais de 40 milhões de euros, disse Musumeci, que acredita que “outras regiões irão juntar-se com pedidos semelhantes”.

O estado de emergência, aprovado pelo governo, elimina os obstáculos burocráticos e acelera os procedimentos de ajuda financeira.

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